O chefe da Igreja católica está a rezar pela paz com o judeu Shimon Peres, Presidente de Israel e o muçulmano Mahmud Abbas, presidente da Autoridade Palestiniana, num contexto de uma profunda crise de confiança entre israelitas e palestinianos.

Acompanhe aqui a cerimónia em direto:

O Papa Francisco, Peres e Abbas estão a encerrar a cerimónia com mensagens de paz.

A cerimónia foi dividida em três partes e cada uma foi atribuída – por ordem cronológica da formação da religião – a judeus, cristãos e muçulmanos. Cada religião tem três momentos: um pedido pelos homens e a evocação da criação humana, um pedido de perdão e um pedido final de paz pelo Médio Oriente. Cada representante das religiões falou na sua língua: os judeus falaram em hebreu, o Papa falou em inglês e italiano o e os muçulmanos falaram em árabe.

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No regresso de uma peregrinação à Terra Santa, no final de maio, Francisco fez questão de esclarecer, junto dos jornalistas, a ideia de uma oração a três, à medida que cresciam as especulações sobre uma possível mediação do Vaticano.

“Talvez me tenha explicado mal… Este encontro para uma oração não vai ser uma mediação ou para encontrar soluções. Vamos estar juntos para rezar, é tudo. E depois, regressa cada um a sua casa”, disse o Papa.

O objetivo do Papa é mostrar que as três religiões monoteístas têm raízes comuns e devem entender-se sobre a paz numa terra sagrada para as três. Por isso, Francisco deixou a oração do “Pai Nosso” no Muro das Lamentações, onde abraçou um rabino e um professor muçulmano.

A 25 de maio, em Belém, perante uma multidão de fiéis, Francisco anunciou o convite ao chefe de Estado de Israel e ao presidente da Autoridade Palestiniana “para se juntarem [com o Papa] numa oração para pedir a Deus o dom da paz”.

A oração vai decorrer nos jardins do Vaticano pelas 19h (18h em Lisboa). O serviço começa com a oração em hebraico, dividida em três segmentos, intercalados com interlúdios musicais.

Em seguida, a oração cristã segue a mesma estrutura, mas a primeira parte será em inglês, a segunda em italiano e a terceira em árabe.

Finalmente, a oração muçulmana decorrerá da mesma forma, em árabe. A ordem de apresentação é uma cronológica das três religiões: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo.

A parte final da celebração vai começar com a invocação da paz pelo Papa Francisco, seguindo-se Peres e depois Abbas. No final será plantada uma oliveira, símbolo da paz, de acordo com o serviço de imprensa do Vaticano.

No final da celebração, Francisco, Peres, Abbas e o patriarca ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu, vão reunir-se em privado na Casina Pio IV.

Peres e Abbas deixam o Vaticano no final do encontro, enquanto o Papa e o patriarca seguem para a Casa de Santa Marta, onde vive Francisco.

“Ninguém tem a presunção de crer que no dia seguinte haverá paz na Terra Santa, mas a intenção é fazer um gesto forte para trazer, também ao âmbito da discussão política, um fôlego que falta, de visão do alto e para o alto, e também para causar impacto na opinião pública”, afirmou, esta sexta-feira, em conferência de imprensa, o responsável pela custódia da Terra Santa, padre Pizzaballa.

“É uma pausa no que refere à política. O Santo Padre não quer entrar dentro das questões políticas do conflito israelo-palestiniano que todos conhecemos. O desejo do Papa é levantar o olhar e ir mais longe”, disse.

“É claro que judeus, cristãos e muçulmanos não podem ter um acto litúrgico comum. Por isso, não haverá nada que leve a crer tratar-se de um acto litúrgico. É uma invocação comum. Não rezam juntos; estão juntos para rezar. Quanto aos textos, todos sabem tudo de todos, ou seja, transparência absoluta”, explicou o padre Pizzaballa.

Segundo o director da sala de imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, também citado pela Rádio Renascença, haverá, “primeiro, um agradecimento pela criação, depois, um pedido de perdão e uma invocação de paz”. Depois das três intervenções, terá lugar um gesto de paz, “provavelmente, um aperto de mãos em comum e há o gesto de plantar uma oliveira, símbolo da paz”.