A Rússia lamentou hoje o recomeço das operações militares ucranianas contra os separatistas do leste e pediu aos seus parceiros estrangeiros para parar de usar Moscovo em “jogos geopolíticos”.

Moscovo também defendeu que as negociações de paz devem começar o mais rápido possível, prometendo “facilitar plenamente” o processo.

“Estamos convencidos que os esforços para trazer a situação de volta a mesa de negociação devem continuar”, afirmou o Ministério dos negócios estrangeiros russo, Sergei Lavrov.

A decisão de Petro Porochenko, o presidente ucraniano, de não prolongar as tréguas após consultas com a Rússia, França e Alemanha dia 30 de junho “causa um profundo pesar” adicionou o ministério.

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Também foi dado a entender que o ministério culpava a decisão numa intromissão externa, sem aprofundar a posição.

“Tem-se a impressão que a mudança na posição de Kiev… não ocorreu sem influência exterior”, disse o ministério.

Porochenko anunciou que o seu governo não iria prolongar as tréguas de 10 dias apesar de um raro momento de acordo entre a Rússia, a França e a Alemanha, que tinham entrado em contacto com o governo ucraniano de maneira a que as tréguas fossem prolongadas e novas negociações fossem realizadas com os separatistas pró-Moscovo no leste ucraniano.

Moscovo também criticou alguns países por usarem a crise na Ucrânia como um pretexto para punir a Rússia.

“De novo pedimos aos nossos parceiros para parar de usar a Ucrânia como moeda de troca em jogos geopolíticos”, declarou.

O ocidente ameaçou a Rússia com novas sanções que podem ter como alvo a economia russa, já com dificuldades, a menos que o Kremlin pressione explicitamente os separatistas ucranianos para parar o confronto.

A Rússia propôs colocar guardas de fronteira ucranianos e observadores da OSCE (Organização para Segurança e Cooperação na Europa) na fronteira russa para ajudar a controlar a situação, disse o comunicado.

“Se o senso comum prevalecer e as tréguas forem prolongadas então estamos prontos, em conjunto com os nossos parceiros, para começar a implementar os acordos”, informou o ministério dos negócios estrangeiros russo.