O IGCP colocou hoje no mercado 4,5 mil milhões de dólares em dívida pública portuguesa, a uma taxa de juro equivalente em euros de 3,65%, disse hoje o presidente do instituto à agência Lusa.

João Moreira Rato, presidente da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), afirmou que Portugal conseguiu emitir dívida num montante global de 4,5 mil milhões de dólares (cerca de 3,3 mil milhões de euros) “a uma taxa de juro equivalente em euros de 3,65% na altura do fecho da operação”. Os juros da dívida de Portugal a 10 anos estavam hoje nos 3,627%.

Ao todo, 311 investidores participaram na emissão de hoje, sendo que a grande maioria é proveniente dos Estados Unidos da América (86%).

Questionado sobre se este resultado cumpre os objetivos, João Moreira Rato disse estar “muito satisfeito” com a operação, uma vez que o Tesouro português conseguiu “diversificar ainda mais a base de investidores e a [taxas de juros que estão] a níveis muito equivalentes às do mercado secundário hoje em euros”.

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A Bloomberg tinha já anunciado que o Tesouro português estava hoje a colocar no mercado obrigações emitidas em dólares, com maturidade a 10 anos, numa operação promovida por um sindicato bancário composto pelo Barclays, pelo Danske, pelo HSBC e pelo SG CIB.

Esta é a primeira vez em quatro anos que Portugal coloca no mercado dívida emitida na divisa norte-americana: Portugal emitiu 1,25 mil milhões de dólares em obrigações a cinco anos em março de 2010, títulos que vencem em março de 2015, tendo emitido mais do que o inicialmente previsto.

A 11 de junho deste ano, Portugal colocou 975 milhões de euros em Obrigações de Tesouro (OT) a 10 anos à taxa de juro média de 3,2524%, menos 0,3228 pontos percentuais do que no anterior leilão comparável de abril.

Em maio, fonte do IGCP explicou à Lusa que pretende ter pelo menos dois terços do financiamento para 2015 assegurados no final deste ano, uma estratégia que vai repetir essa estratégia nos anos seguintes.

A estratégia de financiamento do Estado é, no final de cada ano, ter “pelo menos cerca de dois terços do financiamento para o ano seguinte garantidos”, explicou à Lusa a mesma fonte da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP).