Dizer o que quer, quando quer e como quer. É isto que promete a tyPing, a aplicação que as portuguesas Meo e Cloud9 lançaram em junho numa versão beta (experimental) para dar resposta à “comunicação efémera”. De que se trata? De um chat de “nova geração”, no qual as mensagens ou pings se autodestroem instantaneamente e onde a partilha de “estados” dura apenas 24 horas.

A app tem origem portuguesa e é gratuita para os sistemas operativos iOS e Android. A ideia é mandar uma mensagem escrita, um vídeo de música ou uma imagem que é apagada assim que o destinatário a lê. E não ficam provas para contar a história: o conteúdo desaparece dos dois telemóveis assim que é lido.

Além dos pings, a app permite a partilha de estados, como se faz no Facebook, mas com a duração limitada de 24 horas. E quem quiser reler, rever ou reouvir o conteúdo, pode optar pelo registo temporário da app, que guarda 100 mensagens. O poder está do lado do remetente: é ele quem decide se o recetor pode ou não guardar o conteúdo que lhe foi enviado.

Mensagens que se apagam

A ideia não é totalmente nova. A SnapChat, por exemplo, é uma aplicação norte-americana que permite que os utilizadores troquem imagens e vídeos entre si, que se autodestroem num prazo máximo de dez segundos. O remetente da mensagem é que decide quanto segundos é que esta dura no smartphone do destinatário ou destinatários – as imagens podem ser enviadas para grupos – e também é possível conversar por chat.

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A app que foi lançada por dois jovens da Universidade de Stanford, Bobby Murphy e Even Spiegel, em 2011, cativou o interesse de Mark Zuckerberg, mas sem sucesso. Em Novembro, o Facebook tentou comprar a SnapChat por 3 mil milhões de euros, mas os jovens empreendedores recusaram a oferta.

Em junho, chegou a retaliação de Marc Zuckerberg. Dos Facebook Creative Labs nasceu a Slingshot, uma aplicação que permite que os utilizadores tirem uma fotografia e a partilhem com várias pessoas, desaparecendo segundos depois. A diferença? Quem quiser ver a mensagem terá de reagir à partilha, enviando outra imagem, por exemplo.

A TyPing está optimizada para a conversação, enquanto a SnapChat está mais direcionada para o envio de imagens, explica Rui Lopes, da Cloud9.

Como é que a TyPing se diferencia? Pela aposta numa conversação “mais rica”. “Temos várias diferenças [em relação ao Snapchat], mas a principal tem a ver com o foco. O nosso foco está no chat: mais na troca de mensagens, de conversação e menos na partilha de imagens”, explica Rui Lopes, da Cloud9, ao Observador.

A Snapchat também tem chat, mas Rui Lopes explica que a app norte-americana está optimizada para o envio de imagens, ao contrário da portuguesa. É uma espécie de junção da Snapchat com a WhatsApp: junta a efemeridade da primeira com o género de conversação da segunda. “Vejo o Snapchat mais como um Instagram efémero e o TyPing como um WhatsApp efémero”, revela.

No chat do TyPing, é possível enviar multimédia, como imagens ou vídeos do youtube. A aplicação é gratuita e os clientes Meo têm benefícios. Quem tiver um tarifário Moche e utilizar a app, por exemplo, não tem de se preocupar com o tráfego de dados, porque este não é contabilizado.