O Papa recebeu esta segunda-feira, em privado, no Vaticano,  um grupo de seis vítimas de abusos sexuais de sacerdotes, resultando da reunião a necessidade de  alargar e reforçar a Comissão Pontifícia para a Tutela de Menores.

O encontro inédito na história da Igreja Católica, durou cerca de três horas. Posteriormente, realizou-se uma Missa com a presença de ambas as partes, tal como afirmou o padre Frederico Lombardi, porta-voz da Santa Fé.

O grupo de vítimas era constituído por três homens e três mulheres, de origens alemã, irlandesa e, ainda, oriundas da Grã-Bretanha. Na missa esteve ainda presente o arcebispo de Boston, o cardeal Sean O’Malley, que é simultaneamente membro do conselho consultivo criado pelo Papa com a função de auxiliar na redação de uma nova constituição do Vaticano.

As seis pessoas convidadas pelo Vaticano chegaram no domingo à tarde e hoje, segunda-feira, estiveram reunidas em privado com o Papa Francisco, disse o padre Lombardi, em conferência de imprensa.

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Bento XVI, Papa emérito, encontrou-se com vítimas de abusos nas suas viagens aos Estados Unidos da América, Austrália, Malta, Reino Unido e Alemanha.

Em  maio, no voo entre Telavive e Roma, o Papa Francisco afirmou que a Igreja Católica vai manter uma política de ‘tolerância zero’ em relação a casos de abusos sexuais.

“Neste momento, há três bispos sob investigação e um já foi condenado, faltando apenas decidir a pena a aplicar. Não há privilégios”, declarou, acrescentando que este é “um problema grave”.

O Papa comparou ainda os abusos a uma ‘Missa negra’ (satânica) para justificar que “um sacerdote que faz isto, trai o Corpo do Senhor”.

A Comissão Pontifícia para a Tutela dos Menores integra, além de Marie Collins, a francesa Catherine Bonnet, estudiosa de psicologia e psiquiatria; a inglesa Sheila Hollins, docente de psiquiatria; o jurista italiano Claudio Papale; a ex-primeira ministra polaca Hanna Suchocka; o jesuíta alemão Hans Zollner, decano da Faculdade de Psicologia da Universidade Gregoriana; o jesuíta argentino Humberto Miguel Yanez, diretor do departamento de Teologia Moral da Gregoriana e ex-docente no Seminário São Miguel de Buenos Aires.

Este organismo reuniu-se no domingo e decidiu alargar a composição da comissão a elementos de outras áreas geográficas.