A Fenprof vai interpor providências cautelares na sexta-feira contra a Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades (PACC), marcada para 22 de julho, e vai convocar reuniões sindicais em todas as escolas onde decorre a prova, anunciou esta quinta-feira.

A decisão do Ministério da Educação de convocar, com apenas três dias úteis de antecedência, a prova de avaliação para os professores que não fizeram o exame em dezembro, é um sinal de “desprezo completo e absoluto”, afirmou Mário Nogueira, secretário-geral Federação Nacional dos Professores (Fenprof), durante uma conferência de imprensa realizada esta quinta-feira à tarde, no Sindicato dos Professores da Região Centro, em Coimbra.

A Fenprof vai fazer “um levantamento de todas as escolas onde se realiza a prova” e, na sexta-feira, vão “entrar em todo o país providências cautelares” contra a PACC, informou Mário Nogueira.

O dirigente sindical avançou ainda que serão “convocadas reuniões sindicais”, para “o dia 22 de julho”, dia da prova, para todas as escolas onde se realizará o exame, que irão iniciar-se “a partir das 09:00 e vão durar o período necessário”, estando as faltas de todos os professores que comparecerem, “justificadas ao abrigo da lei sindical”.

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Mário Nogueira salientou também que, não se tratando de “uma reunião de avaliação final, os professores que, por qualquer motivo, não vão à escola, podem justificar a falta da forma que quiserem”, não necessitando de “um atestado médico”.

“Quem não tem cão, caça com gato”, comentou o dirigente sindical.

A convocatória do exame, segundo o secretário-geral da Fenprof, é “inédita”, e a forma como foi executada tem como objetivo “inviabilizar a realização de greve”, por serem necessários cinco dias úteis para o pré-aviso.

O despacho que foi publicado esta quinta-feira em Diário da República diz “que produz efeito a partir da data de assinatura, que tem a data” de quarta-feira, de forma a que “a legislação saísse um dia antes do anúncio”, ao qual o Ministério estaria obrigado, explicou.

“Este é um comportamento politicamente e eticamente reprovável e desqualificado”, criticou Mário Nogueira, frisando que “a democracia foi desrespeitada”.

A prova de avaliação para os professores que não fizeram o exame em dezembro foi marcada para 22 de julho, segundo um despacho do Ministério da Educação (ME), publicado em Diário da República.

O despacho prevê que os professores que, “comprovadamente, por motivos alheios à sua vontade, se viram impedidos” de realizar a prova no dia 18 de dezembro, o possam fazer no dia 22 de julho.

“A prova realiza-se assim após o último dia de exames nacionais do ensino secundário, de modo a não interferir com os exames nacionais”, adianta o Ministério da Educação, em comunicado.

O ME sublinha que a prova será realizada “ainda a tempo” dos concursos de seleção e recrutamento de professores para o ano letivo de 2014/2015.

A 18 de dezembro, quase metade dos professores inscritos para fazer a Prova de Avaliação de Capacidades e Conhecimentos (PACC) – imposta pelo Ministério da Educação aos docentes com menos de cinco anos de serviço – terão falhado o exame, em consequência de uma greve de professores e de protestos e incidentes junto a várias escolas onde estava a ser realizada.

A Fenprof calculou, na altura, em seis mil, o número de professores que não terão realizado a prova.