O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Vítor Constâncio, considerou hoje que, até ao momento, o risco geopolítico ainda não atingiu significativamente a economia global, nem a europeia, mas que tudo depende da evolução do mesmo no futuro próximo.

“Não sabemos e, virtualmente, talvez ninguém saiba, como é que a dinâmica do risco geopolítico vai evoluir, em particular, junto à nossa fronteira, que é logicamente o mais importante para nós. Até ao momento, o efeito não foi significativo”, afirmou o responsável, em Banguecoque, capital da Tailândia, onde participou num encontro com líderes de bancos centrais asiáticos.

Ainda assim, Constâncio, citado pela agência Bloomberg, reconheceu que há “potencialmente um risco significativo” para as economias mundial e europeia “caso venha a ter um impacto significativo no preço do petróleo”. O vice-presidente do BCE foi questionado sobre o impacto dos vários conflitos que se têm vindo a intensificar em diversas áreas do globo, como é o caso da Ucrânia, da Faixa de Gaza e da Síria, só para mencionar alguns dos que têm mais visibilidade a nível internacional.

Quanto ao seu discurso, Constâncio voltou a realçar que quer a economia da zona euro, quer a economia global, “ainda enfrentam desafios”. A taxa de inflação na zona euro “continua muito baixa”, frisou, apesar da economia ter prosseguido o seu caminho de “recuperação moderada” no segundo trimestre.

Já as taxas de crescimento na região da Ásia-Pacífico “são globalmente robustas, mas ainda abaixo dos níveis alcançados no período anterior à crise”, vincou. Tal com vem sendo hábito, Constâncio salientou o papel dos principais bancos centrais na reação à crise económica global, considerando que as suas intervenções impediram uma queda ainda maior das economias.

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