O corpo de Michael Brown, o jovem negro morto por um polícia dia 9, nos subúrbios da St. Louis, acusou a presença de marijuana, avança o Washington Post, que se baseia num relatório inicial levado a cabo por Mary Case, uma médica-legista de St. Louis.

O relatório de Case foi elaborado sexta-feira, mas ficou na gaveta, longe dos olhares do público. Este relatório é uma parte da investigação oficial ao tiroteio que ocorreu a 9 de agosto. Depois da autópsia levada a cabo pela cidade de St. Louis e outra independente a pedido da família, haverá uma terceira devido às “circunstâncias extraordinárias” do caso, liderada pelo Departamento da Justiça.

A autópsia requisitada pela família, conduzida por Michael Baden, o antigo chefe de Medicina Legal de Nova Iorque, revelou que o jovem foi atingido por seis tiros, quatro no braço direito e dois na cabeça.

Segundo Baden, o antigo chefe de Medicina Legal de Nova Iorque, uma das balas, a que terá causado uma lesão fatal, entrou no topo do crânio de Brown, que teria a cabeça inclinada para a frente quando foi atingido. Aparentemente, os disparos não terão sido feitos a curta distância porque não havia vestígios de pólvora no corpo. Baden não teve acesso às roupas do jovem, pelo que poderá ser registada a presença de pólvora nas mesmas.

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“As pessoas têm perguntado: quantos vezes foi atingido? Esta informação podia ter sido revelada no primeiro dia. Eles não o fizeram, mesmo que isso implique sentimentos de encobrimento por parte dos cidadãos”, disse Baden. O médico-legista revelou ainda que Brown foi atingido pelo menos seis vezes, mas que apenas três balas foram recuperadas do corpo do jovem.

Esta manhã o Governador do Estado do Missouri assinou uma ordem executiva para enviar a Guarda Nacional para os subúrbios de St Louis, onde têm sido registados diversos confrontos entre locais e polícia.

“TEMOS DE CONSTRUIR, E NÃO DESTRUIR”, DISSE BARACK OBAMA

Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, anunciou uma investigação federal e deixou um apelo à população de Ferguson. “Todos vimos as imagens dos protestos. É evidente que a vasta maioria protesta de forma pacífica. Atacar policias mina a justiça, em vez de a fazer avançar”, disse, em declarações na Casa Branca na noite de segunda-feira. E continuou: “Em muitas comunidades existe uma desconfiança entre os residentes e os agentes da lei. Temos de construir, e não destruir. Temos de ouvir, e não de calar.”