As novas sanções da União Europeia contra a Rússia, que entraram em vigor esta sexta-feira, podem minar o processo de paz na Ucrânia, alertou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia em declarações transmitidas na televisão pública russa.

“Nós consideramos que essas decisões, tomadas quando o processo de paz na Ucrânia está a estabilizar-se, como esperamos, mostram uma escolha que pode minar o processo de paz”, disse Serguei Lavrov, à margem de uma reunião da liderança da Organização de Cooperação de Xangai, em Duchambe.

O novo pacote de sanções económicas da UE à Rússia entra hoje em vigor, com empresas petrolíferas e de armamento na ‘lista negra’, mas deixando o setor do gás de fora e uma promessa de revisão em breve.

A lista das sanções, hoje publicada no Jornal Oficial da União Europeia (UE) incluiu, pela primeira vez, o setor do petróleo, nomeadamente o financiamento às empresas Rosneft, Transneft e Gazprom Neft.

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Outras três empresas russas do setor da defesa – United Aircraft Corporation, Oboronprom e Uralvagonzavod — também constam na ‘lista negra’ financeira europeia.

Também está restringido o acesso a financiamento nos mercados de capitais europeus dos principias bancos estatais russos e consórcios na área da defesa e energia controlados em mais de 50% pelo Estado.

São ainda alargadas a mais 24 dirigente e oligarcas russos, da Crimeia e separatistas da zona de Donbass, que ficam impedidos de entrar na UE e com bens que possuam no bloco europeu congelados.

Com este acrescento, a lista de pessoas alvo de sanções tem já 119 nomes, incluindo vários líderes separatistas, como Alexander Zakharchenko, o ‘primeiro-ministro’ da auto proclamada República Popular de Donetsk, palco de conflitos armados.

As restrições agora aplicadas têm uma cláusula de revisão, vinculada ao sucesso do plano de paz acordado entre as partes em conflito, que será analisado detalhadamente pela UE até ao final do mês.