As manifestações pró-democracia registadas em Hong Kong são um “assunto interno da China”, advertiu em Washington o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, ao lado do seu homólogo norte-americano, John Kerry. “O governo chinês tem declarado de forma muito firme e clara a sua posição. Os assuntos de Hong Kong são assuntos internos da China”, afirmou o ministro, avisando que Pequim não irá tolerar “atos ilegais”. “Acredito que para qualquer país (…) ninguém iria permitir aqueles atos ilegais que violam a ordem pública”, disse Wang Yi, após um encontro com o secretário de Estado norte-americano, em declarações à comunicação social.

Aos jornalistas, John Kerry afirmou que “espera fortemente que as autoridades de Hong Kong atuem com moderação” face aos protestos pró-democracia que têm reunido nos últimos dias dezenas de milhares de manifestantes nas ruas da Região Administrativa Especial chinesa. Os manifestantes contestam uma decisão de Pequim que limita o sufrágio universal na antiga colónia britânica, que regressou à soberania chinesa em julho de 1997.

A China prometeu a Hong Kong que o chefe do Executivo local a eleger em 2017 poderia ser escolhido livremente pela população. No entanto, a 31 de agosto, Pequim determinou que os candidatos ao cargo têm de reunir mais de metade dos votos de um comité de nomeação. Uma coligação de grupos pró-democracia — liderada pelo movimento “Occupy Central” — considerou o plano de Pequim uma “falsa democracia” e prometeu levar a cabo uma série de ações, incluindo um bloqueio ao centro financeiro de Hong Kong.

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