O presidente queniano, Uhuru Kenyatta, deixou hoje Nairobi com destino a Haia, na Holanda, onde está a ser julgado por crimes contra a humanidade, devendo comparecer na quarta-feira diante do Tribunal Penal Internacional (TPI).

O presidente embarcou num voo regular da Kenya Airways acompanhado pela sua mulher e um dos seus filhos, constatou um jornalista da agência francesa AFP.

Kenyatta, que anunciou a sua deslocação a título pessoal e não como chefe de Estado ao TPI, delegou os seus poderes ao vice-presidente Willian Ruto, pelo tempo que estiver em Haia.

Responsáveis políticos quenianos — três ministros e seis deputados — viajaram com o presidente queniano.

De acordo com uma fonte da Presidência, Kenyatta viajou a título pessoal, pelo que os custos não serão suportados pelo Estado.

Kenyatta, de 52 anos, deverá ser na quarta-feira o primeiro chefe de Estado a comparecer durante o mandato diante do TPI.

Já tinha comparecido uma vez diante do TPI, mas foi antes da eleição para Presidente de março de 2013.

Desde então, o julgamento foi adiado diversas vezes, em parte devido à retratação de várias testemunhas importantes.

Uhuru Kenyatta é acusado de crimes contra a humanidade pelo seu alegado papel na violência pós-eleitoral que sacudiu o Quénia no fim de 2007 e no início de 2008.

Em dezembro de 2007, a vitória anunciada do presidente cessante Mwai Kibaki nas eleições presidenciais provocou protestos dos partidários do seu adversário, Raila Odinga, degenerando rapidamente em violência étnica que fez mais de mil mortos e 600 mil deslocados.

 

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