Os pequenos acionistas do Banco Espírito Santo (BES) reuniram este sábado pela primeira vez para formalizar a criação de uma associação que os defenda e permita recuperar o investimento feito naquela instituição bancária e que deixou de ter qualquer valor a partir do momento em que o BES foi separado em dois: o ‘banco mau’ e o Novo Banco.

Reunidos em Lisboa, os acionistas, que no conjunto já totalizam mais de 30 milhões de ações do antigo BES, aprovaram os estatutos da associação e deliberaram sobre a melhor estratégia a seguir. O objetivo, para já, é “atingir um acordo extrajudicial”, defendeu Maria Coelho, uma das oradoras no encontro. Para tal, o interlocutor será o Novo Banco, que estes investidores consideram ser “o herdeiro” do BES. Só depois, se isso falhar, é que pretendem “seguir as vias judiciais”, disse.

Na reunião, onde também estiveram presentes investidores estrangeiros, nomeadamente espanhóis, os pequenos acionistas defenderam que todas as pessoas responsáveis pela queda do banco devem ser responsabilizadas e recusaram a ideia de que só os acionistas saiam prejudicados do processo. “Investir em ações não é a mesma coisa do que investir no casino”, afirmou Fernando Santos, outro pequeno acionista.

Na quarta-feira passada, a Associação de Investidores e Analistas Técnicos (ATM) anunciou que iria avançar com uma ação popular contra o Estado pelas perdas causadas a acionistas que tenham investido menos de 138 mil euros.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR