O ministro dos Negócios Estrangeiros revelou ontem que “dois ou três portugueses” querem regressar a Portugal depois de estarem na luta pelo Estado Islâmico. São vários os casos de portugueses que se converteram ao islamismo e que se juntaram aos jihadistas, tal como de outros países do ocidente. Na estratégia de captar ocidentais e de mostrar proximidade, o Estado Islâmico apresentou o novo porta-voz: tem 17 anos e é australiano.

Enquanto uns chegam, há no entanto, outros que querem sair da luta pela concretização do Estado Islâmico. Será o caso de portugueses que querem regressar a Portugal. “No caso português já há dois ou três, sobretudo raparigas, que se deixaram encantar pelo entusiasmo dos noivos ou por um espírito de aventura, que agora estão a querer voltar. Há 12 ou 15 [portugueses], não sabemos exatamente bem, mas é um número muito reduzido”, disse o ministro em entrevista à Rádio Renascença. Declarações que não terão caído bem nas secretas portuguesas por o responsável político estar a revelar informação sensível, de acordo com o Diário de Notícias.

Entretanto, o Estado Islâmico colocou mais um não-árabe, menor de idade, a transmitir mensagens em nome da jihad.

O novo rosto

Tem 17 anos e fala de queixo levantado, com um tom grave rodeado de vários homens. Abu Khaled al-Australia é o australiano que se converteu ao islamismo, que é o novo rosto do Estado Islâmico e que faz ameaças em direto divulgadas pelo mundo.

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O australiano é recente na luta do Estado Islâmico, chegou há cerca de quatro meses saído de Sydney de onde saiu com um amigo. Mas já alcançou a ribalta, naquilo que é a estratégia dos jihadistas de utilizar ocidentais para divulgar mensagens, dando uma ideia de proximidade da luta pelo Estado Islâmico.

O jovem aparece no mais recente vídeo da organização a ameaçar não só os Estados Unidos como o Reino Unido e, com um tom mais grave, o primeiro-ministro australiano Tony Abott. Dirige-se mesmo em especial aos australianos para concretizar as ameaças em nome dos terroristas. “Estas armas que nós temos… estes soldados… não vamos parar de lutar. Não vamos baixar as armas até alcançarmos as vossas terras. Até que consigamos tirar a cabeça a todos os tiranos e até que a bandeira negra esteja em cada terra”.

A luta no Levante continua e, de acordo com os últimos dados do Observatório Sírio dos Direitos do Homem pelo menos 553 pessoas morreram nos últimos 30 dias na Síria devido aos bombardeamentos aéreos da coligação internacional contra posições do Estado Islâmico.