A intervenção do ministério dos Negócios Estrangeiros britânico no caso da iraniana de 25 anos detida por ter assistido a um jogo de voleibol no Irão não foi suficiente para evitar a condenação da jovem. Este domingo, Ghoncheh Ghavami, foi condenada a um ano de prisão por um tribunal iraniano, avança a imprensa internacional. Os pais e o irmão não puderam assistir ao julgamento.

Ghoncheh Ghavami, que tem dupla nacionalidade, iraniana e britânica, foi detida antes de um jogo da seleção nacional de vólei do Irão contra a Itália, com mais de uma dezena de mulheres. Alireza Tabatabaie, advogado da também advogada Ghoncheh Ghavani, disse, citado no The Telegraph, que esperava que a sentença fosse reduzida por bom comportamento e que a jovem tinha sido considerada culpada por “propagação contra o sistema”.

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A família diz estar “desiludida” e “chocada” e e o irmão contou que Ghoncheh Ghavami estava “física e mentalmente exausta”, mas que estava a fazer tudo para não desistir. “Nós tínhamos esperança que ela fosse libertada”, disse Iman Ghavami, 28 anos. Kate Allen, diretor da Amnistia Internacional do Reino Unido acrescentou que o veredito tinha sido “terrível”.

Ghoncheh Ghavami estudou em Londres e foi detida no seguimento de um protesto no Estádio Azadi, que significa “liberdade”, contra a lei que proíbe as mulheres de assistirem a desportos masculinos. A lei foi introduzida depois da Revolução Islâmica de 1979.

Enquanto esteve a aguardar a sentença, a jovem de 25 anos esteve presa numa solitária durante 50 dias, na prisão Evin, e só depois passou a dividir cela. De acordo com o irmão de Ghonchech Ghavani, a prisão Evin é um dos “lugares mais intimidantes” do país.

Desde 1972 que as mulheres iranianas estão proibidas de assistir a jogos de futebol. Em 2012, a proibição foi alargada ao voleibol.