O México está a viver hoje mais uma jornada de protestos, com manifestações e ocupações, em todo o país, em protesto pelo desaparecimento de 43 estudantes há mais de dois meses e contra o Presidente Enrique Pena Nieto.

As iniciativas vão decorrer [hoje à noite em Lisboa] em mais de 60 cidades, se bem que os principais protestos estejam programados para a capital e para o Estado de Guerrero, no sul do país, de onde desapareceram aqueles alunos de uma escola rural de professores, a 26 de setembro passado.

Em alguns locais, os protestos já começaram, casos dos Estados de Chiapas, Oaxaca e Guerrero, com a ocupação de cabines de portagem nas autoestradas, lojas, universidades e edifícios públicos.

Em Oaxaca, centenas de manifestantes com os rostos tapados bloquearam o acesso ao Aeroporto Internacional Benito Juárez e escreveram frases nas ruas, como “Faltam-nos 43” ou “Abaixo o regime”.

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Em Chilpancingo, capital de Guerrero, cerca de cinco mil alunos e professores marcharam para exigir o aparecimento, com vida, dos estudantes da Normal Rural de Ayotzinapa e reclamar a renúncia de Pena Nieto.

Durante a manifestação, os participantes, muitos deles com paus e forquilhas nas mãos, fecharam vários estabelecimentos e restaurantes de comida rápida, como crítica às autoridades, que consideram omissas face ao ocorrido em 26 de setembro passado em Iguala.

Naquela data de setembro, à noite, vários polícias dispararam contra os estudantes de Ayotzinapa, por ordens do então autarca de Iguala, José Luis Abarca, causando a morte a seis pessoas, entre as quais três estudantes, e ferimentos a outros 25.

Na ocasião, os polícias também capturaram 43 estudantes, que entregaram ao cartel de traficantes de droga designado Guerreros Unidos, que tratou de os matar e queimar para os fazer desaparecer, conforme o testemunho de três detidos, alegadamente envolvidos na ocorrência.

Os familiares dos jovens e parte importante da sociedade civil não acreditam nesta versão.