Mariano Rajoy está com expectativas elevadas para o ano de 2015. No seu habitual discurso de fim de ano, no palácio da Moncloa, o presidente do governo espanhol previu o “relançamento final” da economia do país e pediu “estabilidade política”, sendo que este pedido só pode acontecer com o PP e PSOE no poder, abrindo a porta à possibilidade de um executivo de bloco central, noticia o El País.

Faltam cinco meses para as eleições em 13 regiões autónomas espanholas e onze meses para as eleições autárquicas no resto do país. “O PSOE é um grande partido, não tenho nenhum problema em reconhecê-lo, contudo não partilho a opinião de muitas das coisas que dizem e fazem, como eles tão pouco em relação a mim”, afirmou Mariano Rajoy.

No entanto, o secretário-geral do PSOE e candidato à presidência da Generalitat valenciana, Ximo Puiz, já veio dizer este sábado que “não vai haver nenhum governo de coligação PSOE-PP” e criticou o “triunfalismo” do discurso de Mariano Rajoy.

Propositadamente ou não, o presidente do executivo espanhol não mencionou o partido Podemos – liderado pelo intelectual de esquerda Pablo Iglesias -, movimento político que entrou de rompante nas eleições para o parlamento europeu e que é um fenómeno de popularidade. De acordo com uma sondagem do jornal El Mundo, realizada em novembro, se as eleições espanholas acontecessem naquele mês o Podemos ganharia com 28,3% dos votos, quatro vezes acima da votação que o partido obteve nas eleições europeias. Na mesma sondagem o PP — que ganhou as últimas eleições com 44,6% — teria 26,3% dos votos, enquanto o PSOE fica em torno dos 20%.

Nunca se tinha ouvido uma defesa tão enfática de uma liderança de bloco central, PP e PSOE, da parte de Rajoy, citado pelo El País. “Desde 1978, Espanha tem sido governada por grandes forças políticas. Esta etapa de estabilidade política foi muito positiva para os espanhóis, foi a melhor. Eu defendo-a. Quando ela passar, irão surgiu outras coisas que vão gerar instabilidade, retrocessos e perda de bem-estar.”

 

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