Fez esta quinta-feira um ano que Fidel Castro não aparece em público. Nas últimas horas, aumentaram as dúvidas sobre se o líder histórico estará ou não vivo e chegou a ser noticiado que o regime de Havana iria convocar para as 12h locais (17h em Lisboa) uma conferência de imprensa. A informação, contudo, já foi, entretanto, negada por fonte oficial.

Fidel tem 88 anos e há seis anos retirou-se da vida política dando o lugar ao irmão, Raul Castro. De então para cá, as suas intervenções públicas são muito limitadas. Mesmo numa altura histórica em que Cuba e os EUA reataram relações diplomáticas nem uma reação de Fidel se fez ouvir. A agência AFP lembra que não houve comentários do “El Comandante” aquando do fim do embargo com os Estados Unidos da América. E que nem esteve presente para celebrar o regresso dos agentes cubanos libertados pelo governo norte-americano.

Foi exatamente há um ano que esteve presente numa exposição do artista Alexis Leyva “Kcho”, um velho amigo, altura em que foram registadas as últimas imagens do líder cubano. Depois disso, foram divulgadas algumas declarações escritas da sua autoria e a 21 de agosto o regime cubano libertou uma fotografia do encontro de Fidel com o Presidente Venezuelano, Nicolás Maduro.

Adensam-se os rumores da morte

Esta sexta-feira, vários jornais noticiaram que o governo de Havana convocou a imprensa internacional para uma conferência – às 17h em Portugal continental – que, segundo a imprensa local, “aumentou a confusão e a tensão na ilha” dando força redobrada aqueles que anunciam a morte de Fidel. Pouco tempo depois, contudo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros negava, porém, à AFP a convocação de uma conferência de imprensa.

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Os boatos, de que poucos se lembram da data de início, tornaram-se ainda mais fortes depois de locais terem contado que as ruas e avenidas à volta do cemitério de Santa Ifigenia, em Santiago de Cuba, estão com a circulação vedada. Por ser ali que se situa o jazigo das Forças Armadas e de José Martí, pensa-se que será aí também onde os restos mortais de Fidel serão depositados. No Diário de Cuba um habitante adianta que poderá estar a ser construído um mausoléu para o revolucionário, pois a área foi isolada com materiais de construção civil.

Há ainda outro dado a registar: o jornal Diário de Cuba dá conta que centenas de militares cubanos que estavam na Venezuela foram chamados a regressar à ilha de Cuba.

Tensão no seio familiar e militar

Já não é a primeira vez que este rumor é lançado e imediatamente desmentido pelo Governo cubano. Mas, desta vez, a agência EFE diz que os exilados cubanos em Miami falam em “tensão” nos “círculos militares” e familiares face aos comentários que dizem respeito à morte do ex-Presidente. As organizações que ajudam os exilados já estarão em contacto com as autoridades da Flórida, aconselhando a que se mantenham “atentos” a estes rumores por haver “uma série de indicadores”.

Morreu e ressuscitou na internet

Os “indicadores” da morte de Fidel estão a ser levados a sério por vários internautas que já anunciaram a morte do líder comunista nas suas páginas das redes sociais.

https://twitter.com/debarra_ODS/status/553497418583785473

Inclusive alguns meios de comunicação social e plataformas da internet anunciaram a morte de Fidel, tendo depois desmentido ou alterado a informação. Um deles, segundo a BBC, foi a Wikipedia, que terá atualizado a informação do site e alterado momentos depois.

O italiano Corriere della Sera está a ser criticado nas redes sociais depois de ter sido um dos primeiros a dar a notícia.

https://twitter.com/TiagoDF/status/553498371747745792