A partir de sexta-feira vai ser mais fácil para os norte-americanos viajarem até Cuba e será permitido, por exemplo, entrar com charutos originais nos Estados Unidos. Também os cubanos a viverem nos Estados Unidos poderão enviar maiores remessas de dinheiro para a ilha liderada por Raul Castro. O anúncio do alívio das restrições existentes há décadas entre os dois países foi feito esta quinta-feira pelo governo norte-americano e chega quase um mês depois dos presidentes Barack Obama e Raul Castro terem acordado o início de um histórico processo para a normalização das relações bilaterais.
O turismo em geral ainda será proibido, mas os norte-americanos que queiram ir visitar familiares, fazer trabalhos de investigação, por motivos religiosos ou de negócios poderão viajar para Havana muito mais facilmente, sem precisarem de uma licença específica para tal fim.
Além das viagens mais facilitadas, saltam também algumas barreiras às trocas comerciais. Passará a ser permitido aos norte-americanos pagarem em Havana com cartões de débito e crédito, as empresas dos Estados Unidos poderão exportar bens para aquela ilha, incluindo telecomunicações, smartphones e computadores. Por outro lado, poderão entrar nos Estados Unidos produtos cubanos, como charutos, para uso pessoal, com alguns limites: até 400 dólares (perto de 340 euros) em mercadorias, mas não mais de 100 dólares (84 euros) em álcool ou tabaco.
“O anúncio de hoje [quinta-feira] coloca-nos a um passo mais próximo de substituir políticas datadas que não estavam a funcionar e de colocar em prática uma política que ajude a promover a liberdade política e económica do povo cubano”, afirmou o secretário do Tesouro norte-americano, Jacob Lew.
Este anúncio chega também três dias depois das autoridades dos EUA terem confirmado a libertação de 53 presos políticos, que estavam detidos em Cuba, e dá sinais de que os dois países estão empenhados em quebrar rapidamente o embargo que nasceu em 1962. Esse embargo só pode ser revogado pelo Congresso norte-americano.
As primeiras conversações diplomáticas oficiais estão agendadas para os próximos dias 21 e 22 de janeiro em Havana. Os dois países devem discutir, entre outros aspetos, a abertura de embaixadas.