A Polícia da Republica de Moçambique (PRM) deteve um homem suspeito de envenenamento da bebida caseira que matou 75 pessoas e internou mais de cem em Chitima, província de Tete, centro do país, informaram as autoridades locais. Segundo o porta-voz da polícia na província de Tete, Luís Nubia, citado nesta segunda-feira pelo diário O País, o suspeito, um homem de 42 anos, vivia em Chitima, mas fugiu para outro distrito, perto daquela localidade, logo depois de serem conhecidas as primeiras mortes causadas pelo envenenamento, a 9 de janeiro.
Luís Nubia disse que a detenção do suspeito foi possível graças a denúncias das populações locais, que ajudaram nas investigações para apurar as causas da tragédia de Chitima e que levaram a que o Governo moçambicano decretassse três dias de luto nacional. O suspeito pelo crime será ouvido hoje pelo Ministério Público moçambicano e, caso haja provas suficientes, será instaurado um processo-crime.
A bebida, conhecida localmente como phombe, produzida com farelo, açúcar e água, terá sido adulterada com uma substância ainda desconhecida e que levou ao envenenamento em grande escala das pessoas que regressavam de um funeral, a 09 de janeiro, no bairro de Cawira B, em Chitima, sede do distrito de Cahora Bassa.
A análise das amostras da bebida estava à responsabilidade dos médicos legistas do Ministério das Saúde, mas, devido à sua complexidade, as autoridades moçambicanas enviaram-nas também para laboratórios especializados em Portugal e na África do Sul, mas ainda não são conhecidos resultados.