O comentador e ex-líder do PSD Luís Marques Mendes acusou este sábado a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, de andar a prestar “vassalagens” à Alemanha e à Europa.
No seu espaço habitual de comentário na SIC, o ex-líder do PSD falava do último relatório da Comissão Europeia (CE) – que decidiu colocar Portugal no grupo de países sob vigilância – quando aproveitou para deixar a recomendação: a ministra das Finanças devia ter mais cuidado com as companhias, porque “quem não se dá ao respeito, não é respeitado”.
“Recomendaria à senhora ministra das Finanças que não andasse a fazer as vassalagens à Europa e a Alemanha como fez na semanada passada e é melhor manter alguma distância porque quem não se dá ao respeito, não é respeitado”, sublinhou o comentador.
Em relação ao documento publicado pela Comissão, Luís Marques Mendes defende que as considerações da União Europeia sobre a saúde económica do país revelam a “hipocrisia” de Bruxelas.
“Parece que temos duas Europas dentro da Europa: na semana passada a Europa achava que Portugal era um caso de sucesso, esta semana acha que é um caso de fracasso. Nem oito nem oitenta. [Além disso, o relatório diz que] houve problemas sociais graves em Portugal porque houve cortes que fora muito duros. E eu pergunto: e quem mandou fazer os cortes? Foi a Troika”, defendeu.
Marques Mendes admitiu dispensa da Comissão de Inquérito ao BES
Ainda não houve uma decisão oficial, mas Luís Marques Mendes revelou que à partida deverá ter sido dispensado de ir ao Parlamento responder às perguntas dos deputados sobre o “Caso BES”.
O nome do comentador constava na lista preparada pelos deputados, que queriam perceber, entre outras coisas, como, dias antes de o Governo anunciar a decisão de dividir o BES em “banco bom” e “banco mau”, Marques Mendes a revelou em primeira mão na SIC. Com a comissão de inquérito a chegar ao fim, o antigo líder do PSD não deverá responder às questões dos deputados.
Quanto à audição de Zeinal Bava, Marques Mendes defende que o ex-administrador da PT foi demasiado parco nas explicações. Bava que, nas palavras do comentador, seria uma figura secundária na empresa. “A grande questão é a seguinte: quem mandava na PT era Ricardo Salgado e quem estava na PT obedecia a Ricardo Salgado”, afirmou o comentador, para depois acrescentar que há uma pergunta que ainda ninguém respondeu: “onde é que pára o dinheiro que foi perdido?”.
Discurso de Costa para os chineses foi “tiro no pé”
Luís Marques Mendes falou, ainda, das palavras de António Costa, que, numa conferência com empresários chineses na Póvoa de Varzim, afirmou que o país estava melhor agora do que em 2011. Ora, para o comentador essas palavras foram um verdadeiro “tiro no pé” e “vão acompanhá-lo até às eleições”.
Mas o pior veio a seguir, explicou Marque Mendes. A explicação dada por António Costa, que lembrou que estava perante uma audiência de potenciais investidores estrangeiros e, como tal, não deveria falar mal do país, foi “um desastre completo” e vai semear entre os portugueses a desconfiança.
“[Aspessoas vão pensar]: ele não está a ser sincero, não está a ser genuíno, está aqui a ser calculista, diz aquilo que o auditório quer ouvir ou diz aquilo em função das conveniências. Isto não é credível para um político”, atentou o ex-ministro.
E isto numa altura em que as últimas sondagens SIC/Expresso revelaram que, em caso de coligação, PSD e CDS têm hipótese de roubar a vitória a António Costa e ao PS, que surge à frente nas intenções de voto com uma margem demasiado curta.
Segundo Luís Marques Mendes, estas sondagens foram um “autêntico balde de água fria” para os socialistas que saíram do XX Congresso Socialista com a ambição de alcançarem a maioria absoluta e agora “o que está em causa pode ser a vitoria”.