O Presidente russo declarou este domingo que Moscovo “esteve pronto”, em março passado, a colocar em estado de alerta as forças nucleares em caso de intervenção militar ocidental na Crimeia, península ucraniana anexada há um ano pela Rússia.

“Estávamos prontos” para responder a um “desenvolvimento menos favorável dos acontecimentos”, disse Vladimir Putin, cujas declarações foram reproduzidas por escrito pela cadeia pública de televisão Russia 1, antes da difusão de um documentário.

Putin indicou que o exército russo tinha posicionado na Crimeia baterias de mísseis de defesa costeira “Bastion”, armas suscetíveis de dissuadir um navio de guerra dos Estados Unidos, então no mar Negro, de intervir.

“É a bateria de defesa costeira mais eficaz neste momento. E a certa altura, para que todos compreendessem que a Crimeia estava bem defendida, as baterias foram transferidas” para a península ucraniana, declarou o presidente russo, de acordo com a televisão.

“Na altura não sabíamos se o Ocidente ia intervir militarmente” na Crimeia, acrescentou Vladimir Putin. “Fui obrigado a dar as instruções necessárias às nossas forças armadas (…), dar ordem sobre a atitude da Rússia e das nossas forças armadas em todas as circunstâncias”, afirmou.

O presidente russo contou que “disse aos colegas [ocidentais] tratar-se de um território histórico russo, onde viviam russos, em perigo, e que não podiam ser abandonados”. “Tratou-se de uma posição franca e aberta. E penso ter sido por isso que ninguém quis desencadear um conflito mundial”, acrescentou.

A anexação da Crimeia foi um acontecimento crítico na crise ucraniana e muitos observadores consideram ter desencadeado a revolta separatista no leste do país, onde mais de seis mil pessoas morreram até agora nos confrontos.

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