O saco de roupa que fez parar a Ponte 25 de Abril no passado dia 4 de maio, durante mais de uma hora, afinal caiu de uma carrinha de caixa aberta e a pessoa que foi vista a sair do carro em plena ponte apenas o desviou para a berma para “restabelecer a circulação rodoviária” normal. Esta foi a conclusão a que chegou o Ministério Público (MP), que decidiu por isso arquivar o inquérito relativo à suspeita da prática de crime de atentado à segurança de transporte rodoviário, por factos ocorridos na Ponte 25 de Abril.

Na investigação, o MP concluiu que o “saco continha vários artigos de roupa de senhora e de criança, não sendo foco de qualquer ameaça” e que “o proprietário da viatura que parou, saiu do seu interior e colocou o saco na berma da estrada, fê-lo com mera intenção de salvaguardar a segurança dos utentes da via, uma vez que observara o desvio brusco de viaturas por causa do saco na via, e sem atentar nas consequências do seu ato”.

Mas então como foi parar o saco ao tabuleiro da ponte? “Uma testemunha viu o saco cair de uma carrinha de caixa aberta que transportava dois colchões de cama e vários sacos, desconhecendo-se a matrícula desta carrinha, por não ter ficado filmada nas câmaras de vídeo vigilância e não ter sido possível outras informações”, lê-se no comunicado publicado, esta sexta-feira, página da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL). Segundo os investigadores, uma outra testemunha observou a mesma carrinha de caixa aberta com a carga mal acondicionada, mas não tirou a matrícula.

Em resultado da factualidade apurada e das provas recolhidas, o MP entendeu assim que não se verificou a prática do crime denunciado, na medida em que o saco de plástico caiu da camioneta não identificada inadvertidamente e que a intenção de quem o colocou na berma da via era restabelecer a circulação rodoviária uma vez que o pacote era perturbador da mesma.

O arquivamento do inquérito foi comunicado à Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária para fins contraordenacionais relacionados com os factos conhecidos.

Relembre-se que, no passado dia 4 de maio, o trânsito esteve cortado, em ambos os sentidos, na Ponte 25 de Abril, por suspeita de ameaça de bomba. Também a circulação de comboios foi interrompida durante essa hora por causa do embrulho de plástico, fechado, junto ao pilar principal, quilómetro três. Através das câmaras de vídeo vigilância foi identificada uma viatura cujo condutor parou na faixa de rodagem, saiu do seu interior e colocou o embrulho na berma da faixa de rodagem, tendo depois abandonado o local na mesma viatura, em direção a Almada, adianta a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL).

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