O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, admitiu, em Bruxelas, à saída de um novo encontro com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que subsistem “divergências” entre as partes, designadamente no plano orçamental e financeiro.
Em declarações à saída de uma nova reunião com Juncker — a segunda no espaço de dois dias, à margem da Cimeira UE-Celac (América Latina) celebrada na capital belga -, Tsipras disse que as partes continuam a trabalhar para superar as “divergências” ainda existentes, “em particular no plano orçamental e financeiro”, de modo a alcançar um acordo entre Atenas e os credores internacionais.
Fonte comunitária indicou, por seu lado, que a reunião, de cerca de duas horas, foi “construtiva”, e adiantou que Juncker e Tsipras manter-se-ão “em contacto próximo ao longo dos próximos dias”.
O novo encontro bilateral de hoje teve lugar imediatamente após a cimeira UE-Celac, finda a qual o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, comentou, na conferência de imprensa, que é tempo de acabar com “os jogos”.
Apontando que, até agora, tem sido “discreto, moderado e neutro”, Tusk disse ser tempo de tomar “decisões” e opinou que cabe ao governo grego ser “um pouco mais realista” para conseguir um acordo com os seus parceiros.
Tusk sustentou que o próximo Eurogrupo (reunião dos ministros das Finanças da zona euro, agendada para 18 de junho no Luxemburgo) deve ser “decisivo”, porque “não há mais tempo”, e é necessário terminar o “jogo” a que se tem assistido nos últimos meses, com constantes avanços e recuos nas negociações entre Atenas e os seus credores em torno da aplicação de um programa de reformas por parte da Grécia que permita o desembolso da ajuda financeira.
Pouco antes, na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, o porta-voz da Comissão, Margaritis Schinas, referira que a reunião de quarta-feira entre Juncker e Tsipras serviu para ambos “restabeleceram a sua relação pessoal”, que tinha ‘arrefecido’ há exatamente uma semana, depois de uma sessão negocial no dia 03 de junho sobre a procura de uma solução para o país, à beira do incumprimento.
Em causa continua a estar um acordo entre Atenas e os seus credores internacionais em torno das reformas com as quais o governo de Tsipras se deve comprometer para ter direito ao desembolso de 7,2 mil milhões de euros, uma parcela da assistência financeira suspensa há meses.