O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, conseguiu uma vitória política importante, que poucos acreditavam ser possível, ao levar a Câmara Alta do Parlamento (o Senado) a votar favoravelmente legislação que poderá levar a uma redução drástica dos poderes deste organismo. Será um primeiro passo – regra geral, o mais difícil – para acabar com o bicamaralismo no parlamento italiano que é visto com um fator que promove os impasses legislativos e impede as reformas no país.

O Financial Times escreve esta quarta-feira que, após semanas de debate intenso, a proposta passou – no próprio Senado – com uma votação de 179 contra 16. Dezenas de deputados da oposição abandonaram o parlamento no momento da votação, em protesto. A legislação, que terá ainda de ser submetida a mais votações e um referendo no próximo ano, fará uma reformulação profunda do Senado. Os senadores passam a ser eleitos como representantes regionais sem direito de voto nas moções legislativas.

“Estas reformas vão tornar a Itália mais forte e [a governação] mais simples”, escreveu Renzi numa rede social. “Poucas pessoas acreditavam que conseguíssemos mas é maravilhoso ver as caras felizes dos senadores que nunca desistiram”, reconhece o primeiro-ministro italiano.

Os senadores que apoiaram este movimento veem esta possível mudança como uma forma de evitar que, como nos EUA, o chefe do governo fique de mãos atadas para aprovar legislação. Mas quem era contra desconfia que esta nova legislação colocará demasiado poder nas mãos do primeiro-ministro e dos grupos parlamentares.

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