Quatro candidatos presidenciais pronunciaram-se esta segunda-feira sobre a situação do Banif. Marcelo Rebelo de Sousa foi quem se mostrou mais sereno: o candidato apoiado pelo PSD e CDS disse estar certo “de que o governo irá fazer tudo, aliás com base nas regras europeias, para por um lado garantir a posição dos depositantes, e por outro pensar na projeção que o banco tem na diáspora madeirense”.
O tom foi diferente dos restantes candidatos: do independente da área socialista António Sampaio da Nóvoa à candidata pelo Bloco de Esquerda, Marisa Matias, passando pelo candidato apoiado pelo PCP, Edgar Silva, o tom dos candidatos à presidência da República foi crítico: e as agulhas foram apontadas ao anterior governo.
“Esperemos que não redunde em mais um prejuízo para os contribuintes”, afirmou Sampaio da Nóvoa, que sublinhou esperar também que “as saídas limpas do programa de ajustamento não deixem algumas marcas sujas”. Também Marisa Matias alinhou no mesmo tom, crítico do anterior executivo, liderado por Pedro Passos Coelho: “O governo anterior teve três anos para resolver o problema do Banif, e no entanto preferiu enterrar 1100 milhões de euros dos contribuintes, empurrando o problema com a barriga”, acusou a candidata do Bloco.
O candidato do PCP, por sua vez, preferiu criticar “o sistema financeiro” e a sua “desregulação”, abordando antes “as fragilidades profundas” que vê “no sistema financeiro e na área bancária”. É precisa “uma reflexão profunda e uma reorientação de opções”, afirmou Edgar Silva.
Maria de Belém e Henrique Neto, por agora, também ainda não comentaram a situação do banco, intervencionado em 2012 pelo governo de então, em que o Estado já injetou 1100 milhões de euros – 700 milhões de euros convertidos em capital, que tornou o Estado o principal acionista do banco, e 400 milhões euros num empréstimo, dos quais 125 milhões ainda não foram devolvidos. Esta última parcela deveria ter sido devolvida em dezembro de 2014, mas a situação financeira do banco ainda não permitiu a devolução.
Quem também ficou em silêncio foi o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho. Questionado esta segunda-feira sobre a situação do Banif, o líder do PSD preferiu não fazer comentários.