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  • E é tudo por hoje. Amanhã voltamos aos LiveBlog de desporto com o Sp. Braga-Sporting, a eliminar e a contar para a Taça de Portugal. Tenho um resto de noite feliz e até mais!

  • O resumo do jogo

    O futebol é uma caixinha de surpresas — talvez o seja mais na Premier League, onde o Chelsea é antepenúltimo, do que na Bundesliga, onde o Bayern de Guardiola é rei e senhor. Quem diria que o União da Madeira, goleado por seis golos sem resposta no último jogo em Paços de Ferreira, empataria com o Benfica de Rui Vitória? O mesmo Benfica que o treinador dos encarnados se orgulha de vencer a golear e nunca no último minuto e às três pancadas. Hoje certamente que Rui Vitória não se importaria de ter vencido fosse lá como fosse.

    Como explicar o empate? Simples: quase não se rematou. E o pouco que se rematou, de parte a parte – mais da parte do Benfica, naturalmente –, foi desenquadrado com a baliza. Aliás, o primeiro remate do Benfica à baliza de André Moreira foi logo no primeiro minuto, mas da segunda parte. O que é confrangedor.

    O União da Madeira defendeu durante 90′ e uns pozinhos, é verdade, mas nunca fez substituições defensivas, não entrou com três centrais brutamontes, cinco médios-defensivos e um camião TIR à frente deles. Nada disso. Teve sempre um avançado na frente e dois extremos que, mal a bola lhe caia nas botas, desatavam a correr com uma só direção: a baliza de Júlio César. Se chegar à direção? Quase nunca.

    Rui Vitória foi mexendo, foi colocando homens de área, foi deixando o meio-campo ao abandono (com Renato Sanches, sozinho ou não, nunca está verdadeiramente ao abandono; o miúdo faz de tudo e faz quase tudo bem). Porquê? Porque o futebol de posse, de ter a bola no pé, era dificilíssimo de levar por diante num relvado que em 72 horas teve três jogos. Foi aqui na Choupana que no domingo e na segunda-feira o FC Porto defrontou o Nacional.

    Uma coisa é certa: o calendário está acertado e o Benfica tem o Sporting a sete pontos de distância, no topo, e o FC Porto a cinco. O União defronta, nem de propósito, o Sporting no próximo sábado, também na Choupana. E estará certamente mais motivado do que hoje, vindo que estava de uma goleada das antigas em Paços de Ferreira. Hoje anulou campeão nacional em título.

  • Trago-lhe já, já o resumo do jogo.

  • Apitou Cosme Machado, nem mais um minuto se joga.

  • Amarelo em tons de laranja. É que Miguel Fidalgo, para impedir que Renate Sanches lançasse o ataque do Benfica, derrubou-o com alguma violência. A bola já lá não estava, só as pernas de Renato.

  • Cosme Machado dá seis minutos extra. Houve algumas lesões, com assistência médica demorada, mas, quer-nos parecer, seis é um pouco demais.

  • Sai o ponta-de-lança Élio Martins e entra o extremo Danilo Dias. É verdade que o União quase só defender, mas também é verdade que Norton de Matos não fez uma só substituição defensiva.

  • Afinal, Talisca não entrou para rematar, mas para construir. É ele o médio mais recuado. Assim recuado, não rematará na certa.

  • Que defesa! Uma defesa daquelas que valem pontos. Nem que seja um. Era o chamado jogo-do-empurra. E ninguém chutava, mesmo de frente para a baliza. Chutou Carcela, que até é de melhor de canhoto mas fê-lo de bota direita. André Moreira só teve tempo para desviar a bola para o lado. Mas as luvas, essas, ficaram a arder e não foi pouco.

  • Rui Vitória está a contar que o União já não vai atacar e tira Fejsa, o “6”, para colocar Talisca, um médio-ofensivo. Pede-se a Renato Sanches que controle o meio-campo mais recuado. Mas ele ainda falha muitos passes. E falhar um passe quando se é o médio mais recuado, é um tiro no pé. Aguardemos. Uma coisa é certa: se Talisca tiver uma nesga, vai chutar. Seja lá de onde for. E com o jogo como está, tudo ao molho e fé em Deus, é importante haver quem tenha meia-distância.

  • Sai Cádiz e entre Miguel Fidalgo. O extremo venezuelano correu muito. A defender e a atacar. Mais a defender. Fidalgo é um avançado com muito anos de Liga, precisamente na Choupana, ao serviço do Nacional. E é um avançado com o chamado faro de golo. Norton de Matos abdica da velocidade a favor de quem ataca pouco, mas pela certa.

  • E não é que, sem saber ler nem escrever, o União ia marcando. Jardel foi, como chamar-lhe?, “anjinho”. O livre era longe, quase no centro do meio-campo, mas Amilton cruzou para a área, para o segundo poste. Shehu saltou nas costas de Jardel e saltou sozinho. Cabeceou por cima da barra, mas não mais do que um palmo por cima. Aí se ela entra…

  • Sai Jonas e entra Jiménez. Há que aproveitar os tantos cruzamentos que se fazem para a área. E Jiménez é um matulão a juntar a outro: Mitrolgou. Jonas esforçou-se, mas o “pistolas” veio à Madeira sem pólvora.

  • E atacar um bocadinho, União, não? É que os madeirenses nem da área saem mais. São cruzamentos atrás de cruzamentos, tabelas atrás de tabelas do Benfica.

  • Futebol de praia. Ou quase. André Almeida cruza para o centro da área, Jonas dá de peitaça para Mitrolgou, o grego desmarca Pizzi de cabeça na canhota da área, tudo ao primeiro toque, e o português, não há primeira mas há segundo, chutou na passada. Acertou na baliza, Pizzi. Mas por fora.

  • E este chapéu de Pizzi? Que golo que era. O médio está a ser o melhor do Benfica. Não só na segunda parte, como no jogo todo. Se o Benfica constrói, ou é por ele ou por Sanches. Mas enquanto Sanches defender mais do que ataca, Pizzi está em todo o lado na frente. Agora, sem ninguém a quem desmarcar, chutou ele. Mas em jeito. E com jeito. Tanto ou tão pouco que o chapéu ia à gaveta. E André Moreira bem se esticou para chegar, mas nunca chegaria.

  • Haja memória:

  • Sai Gonçalo Guedes e entra Carcela. Não muda muito, Rui Vitória. Guedes tinha vontade e correu que se desalmou — nem sempre bem e quase sempre sem destino. Carcela? Aguardemos. Mas lá que não tem fama de ser um abnegado, não tem. Pelo menos no apoio que os extremos têm que dar aos defesas na hora do aperto. E Guedes dá-o.

  • Não chuta ninguém, chuta o puto. Renato Sanches não viu quem se desmarcasse, não por onde correr com a bola, e chutou do meio do nada. Não falhou o alvo por pouco. E foi cá uma “pastilha”!

  • O Benfica continua esmagador no tempo que tem a bola no pé. Mas rematar, pouco. Muito pouco. Um remate cruzado de Mitroglou à baliza e outro de Pizzi em direção ao mar, muito por cima. E o União, como era bom de ver, via-se motivando com o pontinho que pode trazer de um jogo em que, à partida, não traria nenhum. E “motivar” significa mandar o ataque às ortigas e defender com todos e mais um par de botas.

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