O Governo admitiu hoje que existem portugueses com salários em atraso em Angola, assegurando que continuará a procurar mitigar os impactos negativos da queda do preço do petróleo nas empresas portuguesas e a dialogar com as autoridades angolanas.

Numa resposta ao PCP, à qual a Lusa teve acesso, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares afirma que “é certo que no atual contexto existem cidadãos nacionais (e também de outras nacionalidades) que vivem e trabalham em Angola e que se veem confrontados com salários em atraso e/ou se deparam com dificuldades na realização de transferências de salários para Portugal”.

Pedro Nuno Santos respondia assim ao grupo parlamentar do PCP, que no início de dezembro questionava o Governo sobre a situação de dezenas de milhares de trabalhadores portugueses (no setor da construção) que estão a trabalhar em Angola alegadamente com salários em atraso, denunciada pela comunicação social.

Os comunistas citavam afirmações do presidente do Sindicato da Construção, que dizia que existiam “cerca de 80.000 trabalhadores portugueses com salários em atraso em Angola”, pedindo “informações exatas” ao Governo sobre essa situação.

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“De acordo com a informação prestada pelos nossos representantes diplomáticos e consulares em Angola, na área da construção civil, globalmente, as 15 maiores empresas portuguesas em Angola empregam entre cerca de 5.000 e 6.000 cidadãos nacionais”, lê-se na resposta do Governo.

O executivo afirma que, “para apoiar esses trabalhadores, continuará, à semelhança do que tem vindo a fazer, a procurar mitigar os reflexos negativos que esta baixa do preço do petróleo tem sobre empresas e cidadãos portugueses que investem, exportam ou trabalham em Angola”.

Nesse contexto, sublinha, “prosseguirá, pelos meios próprios, o diálogo franco e estreito com as autoridades angolanas”.