A Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, afirmou que o país, um dos mais afetados pelo vírus Zika, “vai ganhar a guerra contra o mosquito” (‘aedes aegypti’) transmissor da doença, e também da Dengue e Chikungunya.
“Agora estamos a perder a batalha contra o mosquito. Enquanto se reproduzir perdemos a luta, mas vamos ganhar a guerra”, disse Rousseff aos jornalistas no final de uma visita a um centro de coordenação e controlo de doenças de Brasília.
A Presidente brasileira explicou que o governo decidiu começar “uma grande mobilização” que inclui uma limpeza a fundo em todos os organismos públicos, avaliados por agentes de saúde para localizar zonas de incubação do mosquito.
Nesta operação vão participar também cerca de 220 mil soldados das forças armadas, mas Rousseff alertou que nada será suficiente sem a colaboração dos cidadãos.
“Os soldados, os cientistas, a pessoa que limpa a rua, as domésticas, todos temos que estar preocupados com isto”, disse.
Rousseff garantiu que, na ausência de uma vacina contra o vírus, “há que exterminar as incubadoras de mosquitos”.
Sobre o vírus Zika, a Presidente do Brasil disse “existirem provas evidentes” da associação a quase 4.200 casos registados de bebés que nasceram com microcefalia, no país, nos últimos meses.
Dilma Rousseff alertou para os elevados números de casos de Dengue e Chikungunya no Brasil.
De acordo com dados oficiais, o número de casos de dengue aumentou 178% no ano passado, no Brasil, relativamente a 2014 e chegou quase aos 1,6 milhões, com 843 mortes.
No caso do Chikungunya, em 2015 foram registados 20.661 casos e três mortos.
Antes do encontro com os jornalistas, Rousseff comunicou, por videoconferência, com autoridades dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba e Baía, que registam o maior número de casos de Zika, Dengue e Chikungunya.
A Presidente pediu um reforço das medidas de prevenção contra o mosquito ‘aedes aegypti’, campanha que vai contar com a participação de “igrejas, sindicatos, clubes de futebol” e todas as entidades da sociedade civil.
“Todos temos que eliminar a água estagnada, que pode estar num vaso, em depósitos de resíduos ou em tampas de bebidas”,
Nos últimos meses, o vírus Zika propagou-se rapidamente pelo continente americano, que – de acordo com uma estimativa da Organização Pan-americana de Saúde (OPS)/Organização Mundial de Saúde (OMS) – poderá registar entre três e quatro milhões de casos em 12 meses.
O vírus Zika é transmitido aos seres humanos pela picada de mosquitos infetados e está associado a complicações neurológicas e malformações em fetos. Não se transmite de pessoa para pessoa.