A Coreia do Sul anunciou esta sexta-feira que cortou a eletricidade e a água no complexo industrial de Kaesong depois de a Coreia do Norte expulsar os trabalhadores sul-coreanos, acelerando o encerramento do único projeto conjunto dos dois países.

O Governo sul-coreano cortou a luz perto da meia-noite por “as operações do complexo industrial terem sido totalmente suspensas”, segundo disse à Efe uma porta-voz do Ministério da Unificação de Seul.

O ministério confirmou que o apagão também implica o corte do abastecimento de água no parque industrial.

Até agora, o Governo sul-coreano desvalorizou os possíveis danos da suspensão de atividade das suas 124 empresas que ali operavam.

A Coreia do Sul decidiu na quarta-feira encerrar o complexo de Kaesong, localizado no sudeste da Coreia do Norte, como represália ao lançamento de um míssil de longo alcance por Pyongyang, considerado pela comunidade internacional como um teste de mísseis balísticos encoberto.

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Na quinta-feira, a Coreia do Norte decretou a expulsão dos 280 sul-coreanos que estavam no complexo, congelou os ativos das empresas do país vizinho e declarou a zona como área militar.

A Coreia do Norte cortou também as linhas de comunicação que restavam entre Seul e Pyongyang, elevando ainda mais a tensão entre os países, ao considerar o encerramento unilateral do complexo “uma declaração de guerra”, segundo um comunicado do Comité para a Reunificação Pacífica da Coreia.

Este organismo, equivalente a um ministério em Pyongyang para as relações intercoreanas, anunciou que a Coreia do Sul “vai experimentar dolorosas e catastróficas consequências pelas suas ações”.

Kaesong, um símbolo da reconciliação entre as duas coreias na última década, é um parque industrial onde as empresas sul-coreanas fabricavam diversos produtos aproveitando a mão-de-obra barata de 54 mil trabalhadores do Norte.