O Presidente da República não receia cortes de fundos europeus a Portugal e mostrou-se esta segunda-feira convicto de que a haver sanções serão “apenas pró-forma”. De visita a Trás-os-Montes, no âmbito do roteiro do Portugal Próximo, Marcelo insiste que “se a justiça prevalecer, não haverá sanções a Portugal”. Quanto muito, poderá haver uma “sanção zero”, disse. Algo mais simbólico do que substancial no conteúdo.

“Eu acredito que a justiça pode prevalecer e, se prevalecer, não há sanções ou então as sanções são um pró-forma: aplica-se uma sanção zero, uma sanção simbólica só para dizer que se aplica“, afirmou esta segunda-feira o Presidente da República em Sabrosa, distrito de Vila Real, no primeiro dia do “Portugal Próximo”.

O chefe de Estado reiterou ainda que não acredita que haja corte de fundos europeus por incumprimento das metas do défice, uma vez que essa decisão jogaria contra a própria Comissão Europeia. “Como ninguém é tão insensato que queira criar dificuldades a si próprio (…) qualquer que seja a decisão não haverá corte de fundos nem a Portugal, nem a Espanha”, afirmou, mostrando-se seguro de que Bruxelas tomará uma decisão “sensata”. E não uma decisão que terá efeitos negativos contra si própria.

“Eu sou uma pessoa sensata e acho que sensatamente a Europa tome a decisão que tomar, amanhã [terça-feira], daí a oito dias, daí a quatro semanas, daí a cinco semanas, perceberá que estar a cortar fundos a Portugal e a Espanha é estar a criar mais dificuldades à própria Europa”, disse.

Marcelo Rebelo de Sousa insistiu que, por estas razões, está convicto de que “suceda o que suceder nas próximas semanas não haverá cortes de fundos a Portugal” como sanção por incumprimento.

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Questionado pelos jornalistas sobre a notícia de que o primeiro-ministro terá escrito uma carta ao presidente da Comissão Europeia a dar conta da posição de Portugal, o Presidente da República salientou que “o importante foi ter havido uma unidade no país e nos partidos”. “Que é uma coisa difícil, um consenso, a que eu tenho apelado no parlamento, quanto às sanções”, vincou.

Para o Presidente, isto “quer dizer que haja ou não haja sanções o país político sentiu o que o país comum, o país povo sentia: é que não eram justas as sanções”. “E agora vamos esperar serenamente e, em qualquer caso, eu estou convencido de que não haverá cortes de fundos europeus a Portugal”, acrescentou.

E voltou a partir em defesa dos governos tanto de Passos Coelho como de António Costa, reiterando que “o Presidente da República já disse que as sanções se são para punir o Governo de Passos Coelho, são injustas, já que ele fez tudo o que era preciso para satisfazer à Europa” e “se são para punir o Governo de António Costa então são prematuras, porque os números que há não são números que justifiquem qualquer punição, neste momento”.