Portugal chega aos Jogos Paralímpicos Rio 2016 com 37 atletas, entre os quais medalhados, campeões mundiais e europeus, quatro anos depois de ter conseguido em Londres a prestação menos ‘rentável’, com três subidas ao pódio e 16 diplomas.
Entre os responsáveis da delegação lusa assume-se como primeiro objetivo igualar os resultados conseguidos em Londres, alertando sempre para o facto de a competição, que este ano integrou duas novas modalidades — a canoagem e o triatlo — estar cada vez mais profissionalizada.
No Rio de Janeiro, entre 07 e 18 de setembro, numa delegação composta por 37 atletas, dos quais 32% são mulheres, vão marcar presença três dos quatro medalhados de há quatro anos em Londres 2012, depois de Luís Silva, do boccia, ter sofrido uma lesão de última hora.
Após uma redistribuição de quotas, motivada pela exclusão da Rússia, devido a problemas de doping, o atletismo foi a modalidade que mais ‘ganhou’ com o número de representantes a aumentar de 10 para 17.
Os primeiros Jogos Paralímpicos na América do Sul, que chegaram a estar em risco devido a questões financeiras, vão marcar a estreia de Portugal em duas modalidades: Adelino Rocha será o pioneiro português no tiro, e Miguel Vieira o representante no judo.
Com a inclusão de sete atletas, o atletismo aumentou em dois o número de representantes em relação a Londres 2012, numa lista na qual figuram Lenine Cunha, medalha de bronze no salto em comprimento há quatro anos, e do regressado Luís Gonçalves, atual campeão mundial dos 400 metros T12 (deficiência visual).
Luís Gonçalves falhou os Jogos Paralímpicos Londres 2012 por estar a cumprir uma suspensão por doping, tendo ficado impedido de defender a medalha de prata conseguida nos 400 metros T12 em Pequim 2008.
Numa seleção com nove estreantes em Jogos Paralímpicos, Portugal vai estar representado por vários desportistas que em junho conquistaram um total de 12 medalhas nos Europeus da modalidade realizados sob a égide do Comité Paralímpico Internacional (IPC), entre as quais Carolina Duarte, medalha de ouro nos 100 metros T13 (deficiência visual).
No boccia, Portugal subiu de nove para 10 representantes em relação a Londres, num grupo no qual figuram dois dos três atletas que conseguiram medalhas em Londres: Armando Costa e José Carlos Macedo. Luís Silva, o outro medalhado em Londres 2012, lesionou-se e foi substituído por Mário Peixoto.
Na última edição dos Jogos Paralímpicos, os três atletas conquistaram a medalha de prata na prova de pares BC3, e José Carlos Macedo, que será o porta-estandarte da delegação portuguesa na cerimónia de abertura, alcançou o bronze na prova individual de BC3.
Apesar do grande aumento competitivo e do surgimento de grandes potências na modalidade — uma das poucas exclusiva do programa dos Jogos Paralímpicos — Portugal é sempre apontado como potencial candidato às medalhas no boccia, na qual já conseguiu 24 subidas ao pódio.
Na natação, Portugal aumentou de quatro para cinco representantes, em relação a Londres 2012, sendo David Carreira o único atleta lusa estreante em Jogos Paralímpicos.
Entre os cinco nadadores figuram David Grachat que em maio conquistou duas medalhas de bronze nos Europeus IPC, realizados no Funchal, e Joana Calado, que regressa aos Paralímpicos depois de ter estado ausente de Londres 2012 e de há oito anos ter sido a ‘benjamim’ da delegação em Pequim, com apenas 16 anos.
No ciclismo, Portugal vai estar representado por Luís Costa, líder do ‘ranking’ mundial da sua classe (H5) e Telmo Pinão, enquanto Ana Mota Veiga será cavaleira lusa nas competições equestres.
Os Jogos Paralímpicos, que este ano estreiam no programa de modalidades a canoagem e o triatlo, vão juntar no Rio de Janeiro cerca de 4.350 atletas de 171 países.