Donald Trump está disponível para manter algumas medidas do Obamacare, o programa lançado por Barack Obama para tornar a saúde mais acessível aos americanos que, até então, tinham dificuldade em aceder à rede de hospitais e clínicas existente no país. O futuro presidente dos Estados Unidos diz que uma das prioridades do seu mandato é fazer mudanças nesse programa, mas, ao contrário do que disse em campanha, já não afirma que o Obamacare é para acabar.

“Ou será corrigido ou revogado e substituído”, disse Donald Trump ao Wall Street Journal na primeira entrevista depois de ser eleito. O milionário justifica esta mudança de atitude perante a lei com o encontro que teve na quinta-feira com Barack Obama, que lhe terá pedido para reconsiderar a prometida revogação do programa. “Disse-lhe que ia analisar as suas sugestões e, por uma questão de respeito, vou fazê-lo”, explicou Trump ao jornal. O presidente eleito identifica duas medidas do Obamacare com as quais concorda: a possibilidade de os filhos poderem usufruir do seguro de saúde dos pais até aos 26 anos e a proibição de as seguradoras recusarem cobertura a pacientes com base em doenças existentes.

No site da campanha do republicano, onde consta o programa eleitoral, ainda se pode ler aquela que foi uma das bandeiras do candidato: “No primeiro dia da administração Trump pediremos ao Congresso que revogue imediata e completamente o Obamacare.”

Donald Trump diz na entrevista que tem “muitas primeiras prioridades” que passam por mexer no mercado financeiro para que “os bancos voltem a emprestar” e pelo reforço da segurança das fronteiras contra o tráfico de droga e a entrada de imigrantes ilegais. Além disso, o novo presidente diz que quer criar empregos com o lançamento de projetos de infraestruturas em todo o país e está a estudar impor novas taxas às empresas americanas que desloquem a produção para o estrangeiro.

Para todos estes planos, Trump conta com o seu vice, Mike Pence, “que é muito competente” e “terá um papel muito importante” na futura administração. O futuro presidente quer que Mike Pence lide “com diferentes pastas políticas” e que esteja “muito envolvido nas reformas do sistema de saúde”.

Trump considera que a página da dura campanha já está a ser virada e que o discurso de vitória é disso exemplo. “Agora as coisas são diferentes”, admite o futuro governante, que quer curar as feridas de uma América dividida. “Quero um país em que se amem uns aos outros”, disse.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR