O presidente da Assembleia da República não resistiu a dar uma palavra sobre o seu “amigo pessoal” e assumir as “saudades” que já sente de Mário Soares. No arranque da sessão evocativa de homenagem na Assembleia da República, Ferro Rodrigues leu o voto de pesar, em nome do Parlamento, onde destacou que a “marca” que o antigo Presidente da República deixou “é demasiado grande para ser esquecida“. Os deputados assumem um “sentimento de perda” ao qual se junta uma “gratidão eterna“.

O voto de pesar, que Ferro continuou a ler emocionado, lembra que “o lema de vida de Mário Soares foi sempre o mesmo: só é vencido quem desiste de lutar“. Os deputados destacam que “se a política era vocação” do histórico socialista, a “liberdade era a sua causa”.

O texto lido por Ferro Rodrigues, recorda ainda que “desde o momento da sua chegada a Santa Apolónia, no ‘Comboio da Liberdade’, nunca perdeu de vista aquilo que era, para si, o essencial”. De tal forma que “o País inteiro acabou por apanhar o ‘Comboio da Liberdade’. O voto de pesar aponta que “o Portugal democrático, tolerante e solidário; o País do mar, europeu e aberto ao mundo, é o país de Mário Soares”.

É destacado, no texto lido por Ferro Rodrigues, que Soares “cometeu erros, certamente, mas sempre entendeu a política democrática como uma atividade apaixonante, feita de vitórias mas também de derrotas, assente em escolhas claras e convicções fortes”. É por isso que “todos estiveram alguma vez ao lado dele e contra ele“. Mas, “ao mesmo tempo, todos lhe reconhecem a lealdade com os adversários e a tolerância com a diferença”.

Ora, o sentimento de perda é assim, destaca Ferro Rodrigues, “acompanhado por um sentimento de gratidão eterna”. O voto de pesar foi aprovado por unanimidade.

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