Se o Opel Insignia em versão berlina surpreendeu, não tanto pela denominação extensa – Grand Sport – mas sobretudo pelas linhas esguias, fruto dos pilares do tejadilho muito inclinados, o que lhe confere quase um ar de coupé de quatro portas, a carrinha veio ao encontro do que seria de esperar para um veículo com a mesma base, mas que se pretende mais versátil. Tem contudo a vantagem de possuir uma carroçaria mais baixa e larga do que a que caracterizava a carrinha da geração anterior, cujo aspecto era decididamente menos elegante e atraente, tornando óbvia a alteração da estratégia em matéria de design.
As carrinhas não se medem ao metro. Mas ajuda
Ninguém compra automóveis a metro mas, no caso das carrinhas, especialmente os que dão ênfase ao espaço e à versatilidade bem que o podiam fazer. Para esses, a nova Sports Tourer cai que nem sopa no mel, pois começa por esgrimir um comprimento total de 4,986 metros, ou seja, um salto para a frente muito respeitável, na casa dos 7,3 cm. Curiosamente, apesar deste incremento, o novo modelo é 200 kg mais leve do que o anterior, trunfo obtido à custa de metais de maior resistência, o que permite utilizar chapa mais fina e, logo, mais leve, mas ainda assim capazes de garantir uma rigidez superior.
Se o comprimento aumenta, a largura das vias não lhe fica atrás (mais 1,1 cm), à semelhança do que acontece com a distância entre eixos, que cresce 9,2 cm, atingindo agora 2,829 metros. Redução, só ao nível da altura (1,483 m), que caiu 4 cm, reforçando a sensação que estamos perante um veículo substancialmente maior, mas também mais elegante e dinâmico.
Como a distância entre eixos cresce mais do que o comprimento, a poupança teve de vir de qualquer lado, com a Opel a preferir reduzir o comprimento à frente do eixo dianteiro, que, ao ter menos 3 cm, confere ao modelo um ar mais possante.
Mais espaço e mais equipamento
O chassi de dimensões mais generosas assegurou desde logo os meios para a marca alemã conceber um veículo mais espaçoso, com ênfase para a bagageira – ou não fosse este o elemento mais importante de uma carrinha –, que aqui pode crescer até um máximo de 1.640 litros, com o banco posterior rebatido (o que se consegue realizar parcialmente 40/20/40), valor que ultrapassa a capacidade da geração anterior em cerca de 100 litros.
Sistemas para subdividir o espaço na mala (FlexOrganizer), com recurso a calhas e divisórias e a possibilidade de abrir e fechar o portão traseiro com o passar do pé sob o pára-choques traseiro, ideal para aqueles momentos em que as mãos ocupadas nos impedem de pegar na chave, são os alguns dos restantes argumentos da bagageira.
No habitáculo começa por haver mais luz, nas versões dotadas do tejadilho panorâmico em vidro, com 1,4 metros de comprimento, mas o que mais irá agradar aos ocupantes é o espaço, que foi reforçado em 3,1 cm em altura, 2,5 cm em largura e 2,7 cm na zona para as pernas de quem se senta atrás.
Para o conforto e a segurança de quem vai a bordo, a Sports Tourer disponibiliza o IntelliLink e o Opel OnStar, que além de permitir pedir auxílio em caso de acidente, pode transformar-se num assistente pessoal, a quem se pode solicitar quase todo o tipo de informações, com o sistema a gerar ainda um hotspot WiFi em 4G, que fará a delícia de miúdos e graúdos, contando que possuam smartphone, tablets ou computadores portáteis – o que, nos dias de hoje, é difícil não acontecer.
A iluminação por faróis de matriz de LED disponibiliza já a segunda geração do sistema, da mesma forma que o head-up display é projectado directamente no pára-brisas, com a carrinha Insignia a incluir ainda Programador de Velocidade Adaptativo, Manutenção de Faixa de Rodagem (com correcção da direcção e alerta de saída de faixa) e Alerta de Tráfego Lateral, isto além da Câmara 360º, o que dá sempre jeito naquelas situações em que é fundamental certificarmo-nos de tudo o que existe à nossa volta, para não encalharmos em nada.
Mecânica com mais argumentos
A nova Sports Tourer, que vai ter o primeiro contacto com o público a 7 de Março, no Salão Automóvel de Genebra, promete um novo sistema de tracção integral, que a Opel denomina como inteligente, incluindo a vectorização do binário de forma a optimizar o comportamento. Isto foi conseguido trocando o anterior diferencial traseiro por duas embraiagens multidisco de accionamento eléctrico, o que permite colocar a potência na roda posterior em que ela é mais útil para garantir que o veículo descreva a trajectória pretendida, evitando que fuja de frente ou de trás. O novo Insignia é ainda o primeiro veículo da Opel a usufruir da nova caixa automática de oito velocidades, que nesta primeira fase é associada exclusivamente à tracção integral.
Em termos de motorizações e à semelhança da berlina Grand Sport, o destaque vai para a inclusão do novo motor 1.5 Turbo a gasolina, que recorre à injecção directa para fornecer 165 cv e 250 Nm, pesando menos 16 kg do que 1.6 Turbo de 170 cv que vem substituir, com a nova unidade a estar acoplada a uma também nova caixa de velocidades manual, igualmente mais leve.
Novo é ainda o motor 2.0 Turbo, também a gasolina, este a recorrer a um turbocompressor de dupla entrada e à injecção directa para atingir 250 cv e uma força de 400 Nm.
O novo Insignia Sports Tourer, que contará exclusivamente com motores sobrealimentados – a gasolina entre 140 e 250 cv e os turbodiesel entre 110 e 170 cv – tem a sua entrada no mercado português agendada para a Primavera.