Uma mãe australiana lançou o alvoroço quando publicou o trabalho de casa da filha de 11 anos na Internet. Era uma questão de matemática que as duas só conseguiram resolver ao fim de 45 minutos e que envolvia números e cinco incógnitas difíceis de desvendar. “O meu cérebro está frito e até se costuma dizer que este é o ano mais fácil da escola”, confessou a mãe, que trabalha na área de administração de empresas, a um jornal local.

O exercício perguntava o seguinte: “O Bob soma duas fracções, mas não usa o mínimo denominador comum. Complete os espaços em branco”. A seguir, uma série de fracções, pontos de interrogações, somas e igualdades que foram o pesadelo da família australiana. O trabalho de casa era assim:

Entende agora a complicação? Aqui no Observador já temos as respostas, mas não podíamos deixar de lançar o desafio aos nossos leitores. Trocado por miúdos: é preciso descobrir que números completam corretamente os cinco quadrados, mas não se podem usar as técnicas típicas para tal — através do denominador e do numerador comuns. Estamos perante mais um exercício de raciocínio que demorou 45 minutos a resolver por esta mãe. Consegue resolver em menos?

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Tire algum tempo para arranjar uma estratégia para este trabalho de casa para crianças de 11 anos (sem pressão!). Aqui em baixo propomos uma forma de resolver o problema. Bom trabalho!

Bem-vindo de volta! Arranjou solução? Caso não tenha conseguido resolver este trabalho de casa, não desespere: é aqui que vai encontrar tudo o que precisa de saber para preencher corretamente os espaços em branco. Uma boa técnica para começar a organizar a mente é chamar os nomes pelos bois ou, como se diz em matemática, atribuir letras a cada um dos espaços que não sabemos quais são: as incógnitas. Sendo assim, as fracções ganham o seguinte aspeto (com as incógnitas marcadas a vermelho):

Agora vamos por partes. Comecemos pela igualdade que relaciona a incógnita “y”, “z” e “a”. Podemos reparar que o valor dado a “y” tem de permitir que a soma com a outra fracção, cujo denominador é 48, resulta numa outra fracção também com denominador 48. Ora, de acordo com as regras matemáticas, os denominadores de duas fracções não se somam. Se a soma de duas fracções tem de resultar numa fracção com denominador 48 e uma delas já tem esse denominador também, então o valor de “y” só pode ser também 48.

Próximo passo: a primeira igualdade de todas, entre as quatro primeiras fracções do problema em que as incógnitas são “x” e “z”. Se há duas fracções de cada lado da igualdade isso significa que cada uma das fracções equivale a outra que está do outro lado do igual. Como 2/3 não é igual a 12/48, então só pode ser igual a z/ 48. Obtemos então que 2/3 = z/48. Assim basta fazer a chamada regra de três simples: para descobrir o valor de “z” multiplica-se 2 por 48 (2×48) e divide-se o resultado dessa multiplicação por 3 (96÷3). Então, “z” é igual a 32.

Pela mesma ordem de ideias podemos descobrir o valor de “x”. Como 2/3 equivale à fracção onde antes estava a incógnita de “z”, então é porque a fracção 2/x corresponde à fracção 12/48. Obtemos então que 2/x = 12/48 e mais uma vez basta seguir a regra de três simples: para descobrir o valor de “x” multiplica-se 48 por 2 (48×2) e depois divide-se o resultado dessa multiplicação por 12 (96÷12). Sendo assim, “x” é igual a 8. E o exercício ganha um novo aspeto:

Falta agora descobrir os valores de “a” e de “b”. O valor de “a” é muito fácil de descobrir: como todas as fracções têm denominadores iguais, o valor de “a” pode ser obtido simplesmente somando os numeradores das fracções. Sendo assim, “a” é igual à soma de 12 com 32 (12+32), que é 44. Mais um avanço no exercício:

Agora, com uma única incógnita para resolver, basta fazer mais uma regra de três simples: para descobrir o valor de “b” basta multiplicar 48 por 11 (48×11) e depois dividir o resultado por 44 (528÷44). Então, o valor de “b” é 12. Temos agora tudo resolvido: x = 8, y = 48, z = 32, a = 44 e b = 12. Ainda acha difícil?