O comentador e antigo líder do PSD Luís Marques Mendes não acredita que o ministro das Finanças tenha sido realmente sondado para a presidência do Eurogrupo. “Pensei que era uma partidinha do dia das mentiras”, disse no seu espaço de comentário semanal na SIC, este domingo. Também avançou que Bruxelas impôs redução de balcões do Novo Banco acima do que estava previsto.

“Não acho muito credível, não por Mário Centeno que tem tido resultados positivos, mas não seria muito credível aos olhos do Eurogrupo ter o ministro das Finanças da geringonça, que não é muito apreciada no Eurogrupo”.

Centeno sondado para Eurogrupo. Mas Costa não quer

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A notícia foi avançada na edição do semanário Expresso deste sábado que citava fonte do Executivo que não só confirmava a informação como dizia que “neste momento, com tanta coisa a negociar com Bruxelas e Frankfurt, é preferível não ter o ministro preso à presidência. Para já não é uma prioridade”, rematava a mesma fonte citada pelo jornal. Mas Mendes considera que a justificação “não é muito credível” e explica porquê: “Se fosse para levar a sério, António Costa nunca teria oposição e para a geringonça seria um atestado de credibilidade”.

O Presidente da República chegou a pronunciar-se sobre a notícia do Expresso, logo no sábado, considerando a acumulação de funções de Centeno — como ministro das Finanças e presidente dos representantes dos países da zona euro — uma “má solução”. Mas Marques Mendes considera que Marcelo Rebelo de Sousa “teve a resposta politicamente correta. Não me parece que seja para levar muito a sério”, rematou sobre este assunto.

Novo Banco com menos 40 a 50 balcões

O comentador social-democrata ainda comentou a solução negociada pelo Governo para a venda do Novo Banco ao fundo americano Lone Star. E avançou que o Banco vai ficar com “menos 40 a 50 balcões do que o previsto e será obrigado a reduzir mais 600 trabalhadores, passando da meta prevista de 5900 para 5300”.

Para Mendes “foi a solução menos má” e “um bom negócio para a Lone Star”, apesar do fundo ter ficado limitado na distribuição de dividendos do banco, já que “o banco tem muito potencial”, considera o comentador. Já do ponto de vista político, Luís Marques Mendes considera que esta operação, que foi contestada pelos partidos que apoiam o Governo no Parlamento, colocam o PCP e o BE numa posição difícil.

“PCP e Bloco têm um caso muito difícil de explicar, bem como no défice e na recapitalização da Caixa. Por um lado estão domesticados nas questões essenciais”, diz Mendes, por outro, “estão condicionados. BE e PCP vivem em pânico de fazerem alguma coisa de forma mais dura e que António Costa possa antecipar eleições e ter maioria absoluta”.