Christopher Wray, o nome escolhido por Donald Trump para substituir James Comey na direção do FBI, terá removido da sua biografia o facto de ter defendido, em 2006, o presidente de uma empresa do setor energético americano que estava a ser investigado pelo governo russo. A notícia, avançada pela CNN, mostra que este pequeno detalhe estava incluído na biografia de Wray desde 2009, na página da agência de advogados King & Spalding, que tomou conta do caso, mas foi retirado este ano, de acordo com uma análise ao arquivo informático da firma conduzida por uma equipa de investigação da CNN, a KFile.

Uma cópia da biografia do advogado, arquivada no ano de 2016, apontava que Wray tinha representado “um presidente de uma companhia energética numa investigação levada a cabo pelas autoridades russas”, portanto contra os interesses russos. Porém, a mesma informação, em junho deste ano, já não estava presente na biografia do advogado que o Presidente dos Estados Unidos escolheu para ocupar o lugar de James Comey, que foi despedido por Trump depois se ter recusado a garantir que o Presidente não estava a ser investigado por suspeitas de ligação da sua equipa aos russos.

O nome do cliente que Wray representou não é conhecido e firma de advogados recusou-se a revelar mais detalhes aos jornalismos, devido à conduta que protege a confidencialidade do cliente.

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Micheline Tang, porta-voz da King & Spalding, disse que o advogado já tinha feito a alteração em janeiro deste ano, altura que nem considerava ser nomeado para nenhum cargo administrativo.

O Christopher fez esta alteração na sua biografia, a par de outras pequenas mudanças, numa tentativa de manter o seu currículo atual. Na altura que fez os ajustes – 12 de janeiro de 2017 – ele nem sequer tinha em mente ser nomeado para diretor do FBI, ou qualquer outra posição no governo”, afirmou Micheline Tang. “Wray envolveu-se no caso em 2006, mas outros advogados também trabalharam na matéria durante os anos de 2006, 2007 e 2011”, apontou Tang.

A porta-voz avançou ainda que o cliente é um cidadão norte-americano e vive nos EUA, e que quando a investigação por parte do governo russo se iniciou, a firma e o advogado envolveram-se para tratar das questões legais no país. O nome de Christopher Wray ainda tem que ser aprovado pelo Senado.

Qualquer trabalho realizado por Wray que possa ter envolvido a Rússia será provavelmente alvo de questões por parte dos senadores, durante a sua audiência de confirmação. Segundo a própria página da King and Spalding, a firma tem tratado de vários casos envolvendo o setor energético russo e representou interesses norte-americanos em acordos com a Rosneft e a Gazprom.