A atriz, cantora e realizadora francesa Jeanne Moreau, de 89 anos, morreu esta segunda-feira de manhã em sua casa, no bairro da Place des Ternes, em Paris. A informação foi avançada pelo seu agente à Agência France Presse.

A lendária atriz de cinema, que ficou conhecida pela sua beleza e voz inconfundíveis, participou nos filmes Jules et Jim , Os Amantes e Fim-de-Semana no Ascensor, numa carreira que durou 65 anos. Trabalhou com alguns dos mais célebres realizadores de cinema, caso de Louis Malle, François Truffaut, Wim Wenders, Orson Welles ou Michelangelo Antonioni. O seu penúltimo trabalho no cinema foi com Manoel de Oliveira, como a Candidinha de O Gebo e a Sombra, em 2012.

Nascida a 23 de janeiro de 1928, em Paris, filha do dono de uma cervejaria e de uma bailarina britânica, a atriz participou em mais de 130 filmes. Estudou no Conservatório Nacional de Arte Dramática e, aos 20 anos, tornou-se o membro mais novo da Comédie-Français, estreando-se no drama de Turgenev A Month in the Country. Apesar de ter dado os seus primeiros passos no teatro, foi com Jules et Jim que alcançou o estrelato. Em 1960 recebia o prémio de Melhor Atriz, no Festival de Cannes, pelo seu trabalho em Moderato Cantabile, de Peter Brooke e, nos anos de 1975 e 1995, presidia ao júri.

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Na década de 90 recebeu um prémio César de melhor atriz pelo desempenho em La vieille qui marchait dans la mer, de Laurent Heynemann.

Jeanne Moreau posa no 61º Festival de Cinema de Cannes, em maio de 2008

O Presidente francês, Emmanuel Macron, já prestou homenagem e as condolências à família. “Com ela desaparece uma artista que encarnava o cinema na sua complexidade, na sua memória, na sua exigência”, disse em comunicado citado pela AFP. Macron também já deixou na rede social Twitter algumas palavras: “Lenda do cinema e do teatro, Jeanne Moreau foi uma artista envolvida no turbilhão da vida com liberdade absoluta”.