O secretário de estado norte-americano, Rex Tillerson, defendeu fortemente a abordagem política do presidente Donald Trump esta quarta-feira e negou que existam divergências ou conflitos entre os dois. Após rumores de que o chefe de estado e o diplomata tinham visões diferentes da política externa, nomeadamente no que diz respeito à questão norte-coreana, Tillerson reforçou o seu ” compromisso” para com a administração Trump.

“A política externa do presidente Trump quebra a barreira do que as pessoas tradicionalmente pensam que é fazível pelo nosso país”, disse Tillerson, acrescentado que “o nosso trabalho agora passa por atingir esses resultados em nome da América e é isso que estamos a fazer”.

As tensões entre Trump e o seu secretário de estado têm marinado nos últimos meses, sendo que discordaram sem margem para dúvidas em algumas questões da política externa, especialmente quanto à abordagem a ser feita em relação ao Irão e à Coreia do Norte.

Enquanto que Tillerson sempre falou numa “solução diplomática”, Donald Trump não se acanhou em apontar o dedo a Pyongyang e em agravar a retórica de guerra. O presidente chegou a escrever no Twitter que o Secretário de Estado não devia “desperdiçar tempo” a tentar dialogar com o regime de Kim Jong-un e que iria “fazer o que tem de ser feito”.

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O discurso de Tillerson surge após um artigo da NBC que garante que o secretário de estado se referiu ao presidente como um “idiota”, após uma reunião no Pentágono este verão. Tillerson não negou essas afirmações e, por sua vez, Trump exigiu um pedido de desculpas por parte do órgão de comunicação.

“O que já atingimos, atingimos enquanto equipa”, explicou o Secretário de Estado, assegurando que está “empenhado neste papel”.

Donald Trump já se fez ouvir em relação ao artigo da NBC. No Twitter, como é habitual, acusa a NBC de publicar “fake news” e de ser “mais desonesta que a CNN”. São “uma desgraça para o bom jornalismo”, acrescenta o presidente norte-americano.

Tillerson nega ainda que alguma vez tenha considerado demitir-se do cargo, como de resto já o fizeram 16 pessoas desde a tomada de posse de Donald Trump, em janeiro deste ano.