O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse esta quinta-feira que as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique precisam de estar prontas a responder a novas ameaças, entre as quais o terrorismo internacional.

“Temos de continuar a existir como um Estado seguro e com a sua integridade territorial intacta”, declarou o chefe de Estado moçambicano. Filipe Nyusi falava durante a abertura do 18.º Conselho Coordenador do Ministério da Defesa de Moçambique, que decorre até sábado em Maputo.

Entre as principais ameaças à segurança das nações, o chefe do executivo moçambicano apontou o terrorismo internacional, destacando a necessidade de contínua atualização das Forças de Defesa face a novos contextos.

O caráter transnacional deste tipo de conflitos coloca em perigo o desenvolvimento da nação e coloca em alerta a segurança do nosso país e da nossa região”, acrescentou o Presidente moçambicano.

A prevenção e gestão de conflitos constituem dois elementos que devem ser característica das Forças de Defesa e Segurança, segundo o Presidente moçambicano, que espera uma “forma de estar mais proativa”, concluindo que esperam que “as Forças Armadas de Moçambique sejam eficientes na sua atuação”.

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O evento, subordinado ao tema “Setor de Defesa: forjando a unidade nacional, paz efetiva e desenvolvimento sustentável”, serve para fazer um balanço das atividades do Ministério da Defesa em 2017, além de apreciar o Plano Económico e Social e do Orçamento para o ano de 2018.

O ano que termina foi repleto de intervenções que implicaram as forças de defesa de segurança de Moçambique. O Conselho Coordenador do Ministério da Defesa acontece pouco tempo depois de um grupo armado ter atacado, em outubro, postos policias na região de Mocímboa da Praia, na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.

Pelo menos dois polícias e 14 elementos do grupo foram mortos durante os confrontos e houve várias detenções, de acordo com informações das autoridades moçambicanas.

No mesmo mês, vários tumultos populares aconteceram noutros pontos do país, com confrontos entre a população e a polícia, de que resultaram vítimas mortais.

Além disso, as negociações de paz entre o Governo moçambicano e a Renamo, principal partido de oposição, continuam em curso, com Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama a darem sinais de aproximação – e com a integração do braço armado nas fileiras militares do país como um dos pontos em discussão.

O Presidente da República procedeu ainda a várias mudanças nas hierarquias militares, entre as quais a nomeação do contra-almirante Lázaro Menete para o cargo de Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, realizada há cerca de um mês.