Quando Luis Rivera lançou a ETFmatic, uma gestora de patrimónios que usa unicamente algoritmos para investir o dinheiro dos seus clientes, não contava que Portugal fosse um dos seus principais mercados. Todavia, um ano e meio depois, “Portugal é agora um dos cinco principais mercados” da ETFmatic. “Definitivamente, não estávamos à espera”, revela Rivera, tendo em conta que a gestora robótica está presente em 32 países europeus, de Portugal até à Finlândia, passando pelas maiores economias, como a Alemanha, França, Espanha e Reino Unido.

Luis Rivera não revela o valor gerido pela ETFmatic — globalmente ou em cada nação —, mas aponta uma possível explicação para o sucesso em Portugal: “Muito do nosso crescimento está a vir de países onde os emitentes de fundos cotados não investiram no desenvolvimento, [logo] a nossa oferta é mais disruptiva.” A carteira dos clientes da ETFmatic é completamente composta por fundos cotados de índice (exchange-traded funds ou ETF, em inglês).

O fundador da ETFmatic conta que os investidores nacionais são mais conservadores do que no resto da Europa. A carteira mais comum entre os portugueses tem 40% aplicado no mercado acionista e 60% em fundos de obrigações, revela Luis Rivera. Ao nível europeu, a carteira mais popular tem 80% exposta a ações e 20% a obrigações, de acordo com as estatísticas mais recentes da companhia londrina. Isto acontece “apesar de [os portugueses] serem ligeiramente mais novos”, com 32 anos, afirma Rivera.

Comissões baixam e nova otimização fiscal

Desde que o Observador revelou a ETFmatic como a primeira gestora robótica de patrimónios em Portugal, em outubro de 2016, a sociedade gestora de patrimónios reduziu as comissões que cobra aos clientes. Antes, a comissão era de 0,5% do património administrado por ano. Agora, é, no máximo, de 0,48%. As carteiras de valor superior a 25 mil euros são alvo de uma comissão anual de 0,29%. As contas de crianças estão isentas.

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Revolut: outra maneira de chegar à ETFmatic

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A ETFmatic fez uma parceira com a Revolut para lançar o serviço de gestão robótica de patrimónios na aplicação da empresa britânica de pagamentos. Luis Rivera calcula que o lançamento — denominado “Wealth” na aplicação — seja em breve. “Temos mais de um milhão de clientes à espera!”, afirma.

Às comissões de gestão é preciso adicionar os custos dos fundos selecionados pela equipa da ETFmatic. O preçário divulgado no seu portal indica que, em média, os fundos têm um custo anual equivalente a 0,12% do património.

Entre os fundos selecionados pela equipa da ETFmatic para os investidores com carteiras em euros estão o Vanguard EUR Eurozone Government Bond e o Source S&P 500, por exemplo.

A ETFmatic está agora a lançar um serviço de otimização fiscal, que, por enquanto, está reservado aos clientes com 50 mil euros ou mais. Ao abrigo desta solução, o cliente pode solicitar à gestora que venda fundos para encaixar mais-valias que sabe que podem ser compensados com menos-valias noutros instrumentos fora da ETFmatic. Com o encaixe da venda, a firma adquire outros fundos semelhantes para a carteira do cliente, mantendo a mesma exposição aos vários segmentos de mercado.