Mais de 12 mil civis fugiram esta quinta-feira da cidade de Hamouria e dos arredores, um dos setores mais importantes no enclave de Ghouta Oriental, na Síria, segundo os dados mais recentes do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

De acordo com esta organização não governamental baseada em Londres, cerca de 12.500 civis deixaram as localidades de Hamouria, Kfar Batna, Jisrine e Saqba, no sul de Ghouta, o maior número desde o início da abrangente ofensiva das forças comandadas pelo Presidente da Síria, Bashar Al-Assad.

A televisão estatal síria já tinha esta manhã mostrado imagens de centenas de civis a sair do enclave de Ghouta Oriental, atravessando a pé a zona que dá entrada no território controlado pelas forças governamentais perto da capital.

A estação televisiva Al-Ikhbariya mostra homens, mulheres e crianças a saírem a pé da cidade de Hamouria, alguns transportando à cabeça os seus pertences, como roupas e colchões, segundo escreve a agência noticiosa AP. Outra estação de televisão, a Al-Mayadeen, mostrou imagens de autocarros que esperavam pelos civis para os levar para centros de identificação e apoio.

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Os entrevistados pela estação televisiva estatal teceram elogios às forças armadas da Síria e ao Presidente, Bashar Al-Assad, e disseram que os grupos rebeldes armados os humilharam e os detiveram contra a sua vontade em Ghouta Oriental.

O OSDH disse que as forças governamentais atacaram uma coluna de civis que estavam a sair de Hamouria antes do amanhecer deste dia, ferindo várias pessoas, e que na quarta-feira 26 pessoas foram mortas em ataques feitos pelo Governo.

De acordo com o OSDH, desde o início da atual ofensiva do regime sírio no enclave de Ghouta Oriental, em fevereiro, cerca de 1.200 civis morreram, incluindo perto de 250 crianças. As Nações Unidas estimam que perto de 400 mil pessoas estejam encurraladas em Ghouta Oriental devido ao cerco do Governo, estando a ficar sem espaço para fugir devido ao aproximar das forças governamentais.

No conflito na Síria, que se estende a outros territórios e dura há quase sete anos, morreram mais de 350 mil pessoas.