O Papa Francisco admitiu ter cometido “graves erros”, na forma como lidou com o caso dos abusos sexuais de menores no Chile. Segundo o USA Today, que cita uma noticia da Associated Press, o Santo Padre convidou as vitimas de abuso a visitá-lo a Roma, para que ele lhe possa implorar perdão.

Num comunicado especial emitido esta quarta-feira, 11 de abril, Francisco também convocou os bispos do Chile para uma reunião de emergência a realizar nas próximas semanas no Vaticano. O objetivo dessa reunião será discutir sobre este escândalo e as suas ramificações, que muito já mancharam a reputação da igreja chilena.

O Papa culpou a falta de “informação verdadeira e equilibrada” na forma errada como julgou o bispo Juan Barros, que é acusado de encobrir abusos sexuais praticados pelo padre Fernando Karadima durante décadas. Karadima foi formalmente condenado pelo Vaticano, em 2011, de abusos sexuais, e foi suspenso das suas funções de sacerdote para o resto da vida.

Abusos sexuais. Papa Francisco envia arcebispo para investigar denúncias contra bispo no Chile

O padre era um dos colaboradores mais próximos de Juan Barros, sendo até considerado um “protegido” daquele bispo. Contudo, Barros sempre negou ter conhecimento dos atos praticados por Karadima.

A visita oficial do Papa Francisco ao Chile (entre 15 e 18 de janeiro) reacendeu a polémica, com várias vítimas do padre Karadima a virem a público exigir um pedido de desculpas do Papa, quer pelos abusos sexuais na Igreja, quer pela nomeação, em 2015, de Juan Barros para bispo de Osorno.

A polémica ganhou proporções ainda maiores quando, durante a visita ao Chile, o Papa Francisco, que é argentino, considerou que as acusações contra o bispo Juan Barros eram “calúnias”. Questionado por um jornalista sobre o caso do bispo chileno, Francisco respondeu: “No dia em que vir uma prova contra o bispo Barros, então falarei. Não há uma única prova contra ele. É tudo calúnia. Está claro?”

O Santo Padre enviou o mais respeitado investigador de abusos sexuais no Vaticano, o Arcebispo Charles Scicluna, para investigar o escândalo. Apesar da carta do Papa não revelar as conclusões de Scicluna, Francisco deixou claro que os bispos precisam de “repara o escândalo aonde for possível e reestabelecer a justiça”.