O líder da Convergência Ampla de Salvação de Angola — Coligação Eleitoral (CASA-CE) disse esta sexta-feira em Luanda, que as forças políticas que não estiverem “atentas às vontades dos cidadãos” serão penalizadas nas eleições autárquicas.

Abel Chivukuvuku falava à imprensa à margem de uma visita de campo que efetuou esta sexta-feira ao município do Cazenga, arredores de Luanda, mais concretamente para constatar a situação do desabamento de uma ponte metálica, sobre a vala de drenagem do Malueca, em consequência das chuvas.

O político acusou as autoridades angolanas de falta de “vontade e insensibilidade” para a resolução de problemas que aflige a população de Luanda e o resto do país. “Não faz sentido em Luanda num bairro como o Cazenga, de pontes que desabam e não há nenhum plano de recuperação desta ponte”, disse Abel Chivukuvuku.

O presidente da segunda maior força política da oposição angolana lembrou que Angola vai ter as suas primeiras eleições autárquicas, previstas para 2020, por isso “é preciso que os partidos tenham atenção que elas vêm aí”. “As forças políticas que não ouvirem a voz dos cidadãos, que não estiverem ao lado dos cidadãos, que não estiverem atentas às vontades dos cidadãos serão penalizadas”, reforçou.

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Segundo o presidente da CASA-CE, as visitas que efetua são para constatar e verificar os problemas, transmitir mensagens de solidariedade aos cidadãos “e com esses atos fazer pressão sobre o Governo”. É o que diz ter acontecido depois da sua recente visita ao bairro Vila Flor, também no município do Cazenga, onde cidadãos vivem ao redor da subestação de energia elétrica da Empresa Nacional de Distribuição de Energia (ENDE).

“Apercebi-me de que em alguns sítios, depois de eu fazer a visita procuram corrigir e resolver o problema, foi o que aconteceu na Vila Flor, algumas populações que estavam junto da estação elétrica foram retiradas e colocadas em sítios mais seguros, é isto que nós temos que fazer, no sentido, primeiro, constatar, mas sobretudo acudir as populações”, disse.

Abel Chivukuvuku referiu que está do lado dos munícipes do Cazenga, que no sábado, realizaram um protesto contra o administrador daquele município, Nataniel Narciso, com o qual considerou “inútil, um contacto, preferindo antes “constatar e estar junto da população”.

“Eu concordo com as populações que não querem aqui o administrador atual, com esse tipo de trabalhos não feitos, a forma como Cazenga está hoje, não faz sentido o administrador Tany Narciso continuar neste município”, salientou. Para Abel Chivukuvuku, é facto que o novo Governo “está um bocado atrapalhado nesta fase de transição”, mas os problemas do povo não podem esperar.

“Esta ponte, não custa nada resolver isso, e é aqui em Luanda, imagina o que se passa no país a dentro, onde as pessoas estão abandonadas. Se aqui em Luanda é assim, o que será na Lunda Norte, onde também há pontes que desabaram, na Lunda Sul, Moxico, Bié, Cuando Cubango, Cuanza Norte. São os problemas da insensibilidade”, referiu. Esta ponte metálica, de cerca de nove metros de comprimento e três de largura, desabou em fevereiro, devido às fortes chuvas que caíram sobre Luanda, impedindo a circulação naquele troço.