O socialista Pedro Sánchez chegou ao poder em Espanha, há seis meses, no ano em que a avaliação que os espanhóis fazem sobre a situação do seu país deu um tombo. Desde o início do ano, que começou com Mariano Rajoy como primeiro-ministro, o número de pessimistas aumentou de 41,7% para 44,7%. E 2019 arranca agora com o PSOE a liderar as sondagens, mas com a direita a conseguir 50% dos votos, com o apoio da extrema-direita do Vox.
Os estudos de opinião feitos para o jornal El Español, pela SocioMétrica, mostram que se as eleições gerais fossem hoje (as últimas foram em 2016), os socialistas conseguiam 24% dos votos, mas o PP, o Ciudadanos e o Vox, juntos, teriam 50% dos votos. Na sondagem divulgada neste início de ano, o PP colheu 21% das intenções de voto, o Ciudadanos 20% e o Vox 9%. O Podemos, de Pablo Iglesias, conseguiria 16% dos votos, a julgar pelas respostas deste estudo de opinião. Os restantes 10% foram para os partidos nacionalistas e regionais, segundo o jornal.
O cenário não é muito diferente do que aconteceu recentemente na Andaluzia, nas regionais antecipadas, e em que o Vox já surgiu como o partido desbloqueador para uma maioria. Nessas eleições conseguiu 12 lugares no parlamento regional que possibilitaram o PP e o Ciudadanos formar governo, estabelecendo um acordo político em que o Vox também teve ganhos, apesar de não fazer parte dele.
Quanto ao pessimismo espanhol, os estudos mostram que a tendência para a avaliação pessimista da situação no país se foi evidenciando ao longo de todo o último ano. Em 2017, 29,8% da população inquirida acreditava que a evolução do país se perspetivava “má ou muito má” e um ano depois este mesmo número já tinha galopado para 41,7%. De acordo com os dados mais recentes, são agora 44,7% os espanhóis pessimistas com a situação do país. Este ano, a política espanhola esteve especialmente agitada, com o governo liderado por Mariano Rajoy a cair através de uma moção de censura apresentada pelo socialista Pedro Sánchez, que acabou nomeado primeiro-ministro há seis meses.
Para o estudo realizado para o El Español foram feitas 1800 entrevistas telefónicas e online a cidadões maiores de 16 anos. A margem de erro é menor a 3%.