Histórico de atualizações
  • E é tudo, por hoje, sobre as eleições espanholas. Obrigada por ter estado connosco! Boa noite e boa semana.

  • Nesta noite eleitoral, o João de Almeida Dias, enviado especial do Observador em Espanha, começou por estar na sede do PSOE, passou pelas casas de três vizinhos do partido que estavam numa autêntica batalha de bandeiras e acabou num after do Vox. Não durou muito.

    Assim foi o after do Vox — até termos sido expulsos do bar

  • Três dos candidatos fizeram os seus discursos à mesma hora e atropelaram-se. Entre os cinco houve troca de culpas, críticas duras e muito auto-elogio. A Cátia Bruno esteve a ouvi-los a todos — e a ler nas entrelinhas.

    O jogo de cintura de Sánchez, as metas de Rivera e os recados de Abascal. Os discursos da noite eleitoral em Espanha nas entrelinhas

  • Sánchez já ganhou, agora tem de negociar. À esquerda ou à direita, em cima da mesa estão, pelo menos, três opções.

    À esquerda ou à direita: os três cenários que permitem a Sánchez governar

  • PP pela primeira vez sem deputados pelo País Basco

    Pela primeira vez na história da democracia espanhola, o Partido Popular não conseguiu eleger nenhum deputado pelo País Basco — nem mesmo em Álava, onde o PP habitualmente conseguia vencer e por onde se candidatava o vice-secretário-geral do partido, Javier Maroto, que fica assim fora do parlamento.

    Assim ficaram os resultados finais no País Basco:

    • Partido Nacionalista Basco: 6 deputados
    • PSE-EE (PSOE): 4 deputados
    • Unidas Podemos + Berdeak: 4 deputados
    • Euskal Herria Bildu: 4 deputados

    O PP ficou em quinto lugar com menos de metade dos votos do Euskal Herria Bildu, não conseguindo eleger nenhum deputado. O Ciudadanos e o Vox também não conseguiram eleger representantes.

  • A batalha da rua do PSOE contra o prédio do Vox, em dia de eleições

    Leia aqui a reportagem do enviado do Observador a Madrid, João de Almeida Dias, que esteve no prédio em frente à sede do PSOE onde apareceu uma bandeira do Vox e de onde se ouviu música nacionalista:

    Mesmo à frente da sede do PSOE, pela tarde, mais parecia que estava a acontecer um comício do Vox. Os rapazes do 3.º andar C do número 33 da rua Ferraz começaram às 15h00. Abriram as janelas e penduraram nelas três bandeiras: duas de Espanha, destacando-se com o seu vermelho e amarelo e, no meio das duas, uma bandeira do Vox, verde. E, depois, fizeram uso da aparelhagem de casa e, dali, puseram a tocar aquele que é possivelmente o pasodoble mais conhecido do mundo. Quem não se lembrasse da letra, bastaria esperar um pouco para ouvir os rapazes do 3º C a cantá-la.

    A batalha da rua do PSOE contra o prédio do Vox, em dia de eleições

  • Resultados finais

    Neste momento já estão contabilizados 99,8% dos votos e os resultados finais são os seguintes, em número de deputados:

    • PSOE: 123
    • PP: 66
    • Ciudadanos: 57
    • Unidas Podemos: 42
    • Vox: 24
    • Esquerda Republicana da Catalunha: 15
    • Juntos pela Catalunha: 7
    • Partido Nacional Basco: 6
    • Euskal Herria Bildu: 4
    • Partido Nacionalista Canario: 2
    • Navarra Suma: 2
    • Compromís: 1
    • Partido Regionalista de Cantabria: 1

  • Uma comparação dos resultados da extrema direita em Espanha com os de outros países europeus:

  • Gráficos do Reporte Ya que mostram a evolução da votação nos vários partidos:

  • PSOE com maioria absoluta no Senado

    Os eleitores escolheram também os membros do Senado, a câmara alta do parlamento espanhol, e ali a vitória do PSOE foi ainda mais expressiva. Com 85% dos votos contabilizados (o processo respeitante ao Senado é mais lento), os socialistas elegem 122 dos 208 senadores, obtendo maioria absoluta naquela câmara. Na anterior legislatura, a maioria absoluta no Senado pertencia ao PP, que havia elegido, em 2016, um total de 130 senadores.

    Entre as funções do Senado — além da participação no processo legislativo — encontra-se uma função que foi amplamente discutida relativamente à questão da independência catalã: a de autorizar o Governo a intervir diretamente nas comunidades autónomas. Foi o Senado quem autorizou a intervenção do Governo de Rajoy no governo regional catalão quando, em outubro de 2017, o executivo suspendeu a autonomia da Catalunha e dissolveu o parlamento regional na sequência do referendo à independência.

    Gráfico: El País

  • Rivera diz que o Ciudadanos estará na oposição ao governo de Sánchez

    “Hoje começa um novo projeto ganhador para Espanha”, disse Albert Rivera, galvanizado pelos resultados que colocam os Ciudadanos como terceira força política, com 57 lugares assegurados. O líder do partido destacou que, em menos de três anos, o Ciudadanos cresceu 80% — “e vamos crescer mais nas municipais e nas europeias”.

    Logo ali, pareceu afastar um cenário de acordo com o PSOE — e deu como garantido que Sánchez fará esse pacto com os independentistas: “Vamos fazer uma oposição leal à Constituição, à economia de mercado, à Europa, a Espanha”, enumerou.

    Hoje ganharam as eleições dos socialistas e nós demos um salto qualitativo para sermos o principal partido da oposição. Mais cedo que tarde, vamos controlar o governo, vamos trabalhar duro e prometo que vamos governar Espanha”, assegurou.

    Garantiu ainda que, ao contrário “do que fez o PSOE”, vai respeitar os resultados eleitorais.

    Albert Rivera durante o seu discurso nesta noite (Eduardo Parra/Getty Images)

  • PP reúne-se para avaliar resultados

    A direção do PP reúne-se esta segunda-feira para analisar a derrota eleitoral nas eleições, em que perdeu pelo menos metade dos deputados que tinha, anunciou a agência EFE.

    Participam na reunião o líder do partido, Pablo Casado, e os seus mais fiéis colaboradores.

    Para terça-feira está igualmente anunciada uma reunião do Comité Executivo Nacional, que integra os presidentes dos ramos autonómicos do PP, num total de 90 dirigentes encabeçados pelo próprio Casado e o secretário-geral, Teodoro García Egea.

    (Lusa)

  • "Com Rivera não!", gritam apoiantes de Sánchez. "Ficou claro", concorda ele

    Pedro Sánchez discursou perante centenas de apoiantes, na rua, por entre gritos de “Com Rivera Não”. “Penso que ficou claro“, respondeu Sánchez, afastando aparentemente a coligação com o Ciudadanos.

    O primeiro elogio de Sánchez foi para a participação eleitoral de 75%. “É uma grande democracia!”, exclamou, elogiando o povo espanhol por defender “os direitos e as liberdades que conquistámos em 40 anos de democracia”.

    “Durante toda a campanha dissemos que os três objetivos do próximo governo socialista seriam avançar em justiça social; avançar em convivência e concórdia, que é o que o país precisa; e reivindicar a exemplaridade da política e acabar com a corrupção”, sublinhou Sánchez.

    Sánchez garantiu ainda que será “o presidente de todos os espanhóis e espanholas” — e assegurou que vai formar governo a partir das suas “ideias de esquerda e posições progressistas”. “Ganhou o futuro e perdeu o passado”, afirmou.

    O atual presidente do Governo espanhol sublinhou ainda que formará “um governo pró-europeu, para fortalecer e não debilitar, a Europa”.

    Pedro Sánchez durante o discurso de vitória, em Madrid (Pablo Blazquez Dominguez/Getty Images)

  • Casado admite que "resultado foi muito mau" e culpa fragmentação da direita

    O líder do PP, que teve uma derrota histórica, assume no seu discurso que é um dos vencidos da noite: “Sou uma pessoa que não foge às responsabilidades. O resultado foi muito mau. O PP gosta de ganhar”, disse.

    “Já felicitei Pedro Sánchez e o Partido Socialista, é um grande partido em Espanha e espero que possa chegar a acordos de governabilidade sem precisar de partidos independentistas”, disse, deixando claro que o PP não quer um cenário de coligação que inclua a ERC e o PNV.

    Sobre o resultado, Casado culpou apenas a fragmentação do espaço da direita: “Vamos trabalhar para recuperar esse apoio, liderando o espaço do centro-direita que, ao fraturar-se, dificilmente se torna numa opção ganhadora.” As justificações continuaram: “Estas eleições coincidiram com a Semana Santa e foram a poucos dias das eleições europeias e das autonómicas, e avisámos que isso podia maximizar o resultado das forças que estão no Governo.”

    Casado aponta por isso as próximas eleições de maio como próximo objetivo do PP: “Vamos demonstrar que, se nos unirmos e que a fragmentação só favorece um Governo de Pedro Sánchez e daqueles que só querem um futuro sem unidade em Espanha, os nossos apoiantes agora passem a apoiar os nossos candidatos autonómicos. Vamos provar que este é um partido que cresce perante as dificuldades, para termos um grande resultado no próximo 26 de maio”, rematou.

    Pablo Casado, do PP, durante o discurso no qual assumiu a derrota eleitoral, a partir da sede do Partido Popular (GABRIEL BOUYS/AFP/Getty Images)

  • Sánchez, Casado e Rivera falam em simultâneo

    A imagem da transmissão da TVE mostra os três líderes a discursar em simultâneo:

  • 98% dos votos já estão contados

    Entretanto, já estão contados 98,41% dos votos e o PSOE afirma-se como o claro vencedor, elegendo 123 deputados, mas precisando de se coligar com os 57 do Ciudadanos ou com os 42 do Unidas Podemos e com os 34 eleitos pelos vários partidos independentistas bascos e catalães.

  • ERC: "Hoje também ganhou a independência"

    Os independentistas catalães da ERC também festejam os 15 lugares que asseguraram nestas eleições. Marta Rovira, secretária geral — que está em Genebra, para evitar o julgamento do Supremo Tribunal, diz que os resultados apontam para a independência. Numa mensagem vídeo transmitida na sede do partido, Rovira insistiu que é preciso avançar.

    Hoje também ganhou a independência. Hoje decidimos avançar legitimando o nosso processo, que está submetido a um julgamento falso e injusto. Hoje, nas urnas, uma vez mais legitimaram a república catalã e temos um mandato democrático para avançar. Hoje volta a crescer o independentismo.”

    Ainda antes, Gabriel Ruffian tinha atacado a direita — sobretudo o Vox. Disse que, com a vitória da ERC naquela região, a Catalunha mostrou que “não só não desperta o fascismo, como ainda o combate e destrói”.

  • Iglesias já falou com Sánchez sobre governo de esquerdas. Podemos é "imprescindível"

    O líder da coligação Unidas Podemos, Pablo Iglesias, foi o segundo a reagir aos resultados eleitorais. Perante uma plateia essencialmente composta por jornalistas, Iglesias assumiu que teria gostado de um resultado melhor, mas assegurou que este é um resultado “suficiente” para cumprir os objetivos que se propôs — formar um governo de esquerdas, sobre o qual já falou com Pedro Sánchez, e para o qual diz que o Podemos é “imprescindível”.

    Pablo Iglesias começou por afirmar que já felicitou Pedro Sánchez pela vitória desta noite e sublinhou que do ponto de vista do Podemos há duas chaves para ler o resultado eleitoral: por um lado, o peso parlamentar dos partidos de esquerda supera o da direita; por outro, conclui-se que Espanha “é plurinacional e basta ver o resultado das eleições no País Basco e na Catalunha para o comprovar”.

    “Gostaríamos de um resultado melhor”, assumiu Iglesias, mas este “é um resultado suficiente” para os dois objetivos: em primeiro lugar, “travar a direita e a extrema-direita”; em segundo lugar, “construir um governo de coligação de esquerdas”. Iglesias já falou com Sánchez no sentido de trabalhar para um governo de coligação, mas publicamente preferiu sublinhar que é necessária “paciência”, uma vez que os partidos vão ter de ser “discretos” na negociação.

    Iglesias rematou a breve intervenção assegurando que o Podemos é “uma força política imprescindível para que haja um governo de esquerdas em Espanha”. Antes, já Alberto Garzón, coordenador da Esquerda Unida (membro da coligação Unidas Podemos), apresentou Iglesias no palco pedindo a Sánchez que, tendo em conta este resultado eleitoral, evitasse “a tentação laranja”.

  • O programa que o Vox defenderá no Congresso

    Abascal aproveitou ainda para enumerar as medidas que os seus 24 deputados eleitos pelo Vox defenderão no Congresso dos Deputados: “não permitir que Bruxelas se ria” e defender “Espanha da imigração ilegal”, “a liberdade de educação para os pais”, “o direito à vida”, “os costumes da ‘Espanha vazia’ como a tauromaquia e a Semana Santa”.

    O líder do Vox aproveitou ainda para deixar claro que o partido tudo fará para impedir o separatismo catalão: “Nenhuma maioria absoluta habilita um referendo a uma independência que destrua a união nacional”, declarou. “Aí estaremos para o impedir.”

  • Santiago Abascal agradece resultado histórico e ataca o PP: "Direitita cobarde"

    Santiago Abascal não ganhou as eleições em Espanha, mas o resultado histórico alcançado pelo Vox — com, pelo menos 24 deputados — permite-lhe fazer um discurso de vitória. Começou, por isso, com duas garantias: “O Vox veio para ficar” e “Iniciámos a reconquista”.

    Pouco depois de prometer dar uma voz a todos os que, diz, a foram perdendo, e se agir de forma firme e determinada no Congresso dos Deputados, passou ao ataque. Na reação às primeiras projeções, o PP tinha insinuado que parte da enorme queda nestas eleições devia-se ao facto de o Vox ter fragmentado a direita espanhola. Santiago Abascal diz que isso é desculpa da “direitita cobarde”.

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