Os deputados opositores venezuelanos Mariela Magallanes e Richard Blanco, acusados de rebelião, refugiaram-se nas embaixadas da Itália e da Argentina, respetivamente, na sequência do levantamento da sua imunidade parlamentar.

“Estou aqui provisoriamente, na residência do embaixador” da Argentina, disse esta quinta-feira Blanco ao canal de televisão VPI, após a detenção de Edgar Zambrano, vice-presidente da Assembleia Nacional (AN) e braço direito de Juan Guaidó, pelos serviços secretos venezuelanos. O filho de Blanco confirmou esta quinta-feira que o deputado se havia refugiado na residência do embaixador argentino através da sua conta de Instagram.

Mariela Magallanes foi recebida, na quarta-feira, na residência do embaixador de Itália em Caracas, segundo divulgaram esta quinta-feira os meios de comunicação locais.

Funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência da Venezuela (Sebin, serviços secretos) detiveram na quarta-feira o vice-presidente do parlamento, Edgar Zambrano. Na sexta-feira, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) venezuelano acusou Zambrano dos crimes de traição à pátria e conspiração, por ter apoiado uma tentativa de golpe de Estado contra o Presidente do país, Nicolás Maduro.

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EUA exigem libertação imediata do vice-presidente do Parlamento ou “haverá consequências”

O STJ acusou quarta-feira três deputados opositores de “traição à pátria e conspiração”, elevando para dez o número de parlamentares acusados por aqueles delitos.

A 23 de janeiro, o líder da AN, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente interino e prometeu formar um Governo de transição e organizar eleições livres. Na madrugada de 30 de abril, um grupo de militares manifestou apoio Juan Guaidó, que pediu à população para sair à rua e exigir uma mudança de regime. Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

Cinco mortos e 233 detidos na tentativa de golpe de Estado na Venezuela

À crise política na Venezuela soma-se uma grave crise económica e social, que já levou mais de 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, de acordo com dados da ONU.