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  • Aqui fica um resumo do debate desta noite entre os candidatos à liderança do Partido Conservador no Reino Unido. Obrigado por ter acompanhado o frente-a-frente no Observador.

    Um debate tão morno que nem Boris Johnson conseguiu animá-lo

  • Eleições antecipadas? "Nem pensar", dizem todos os candidatos

    Sobre a possibilidade de eleições antecipadas, Boris Johnson diz que o Labour “não as quer” e recusa a comparação que fez quando criticou Gordon Brown na chegada ao poder, por não ter sido eleito diretamente, dizendo que agora tem legitimidade para ser primeiro-ministro porque “a situação é diferente”.

    “Não teremos nenhuma eleição até conseguirmos o Brexit”, promete Jeremy Hunt, com Boris a secundá-lo. Stewart afina pela mesma bitola: “Só poderemos ter eleições depois de recuperar a confiança dos eleitores.” Javid diz o mesmo.

    “Não teremos eleições até 31 de outubro”, promete Boris Johnson, “data em que teremos o Brexit”.

    E o debate termina com este possível consenso.

  • Ambiente: "Esta é uma questão de confiança entre os adolescentes e nós que estamos aqui sentados"

    Agora uma pergunta sobre o ambiente. “Irá estar no centro do meu programa. Que tal?”, responde simplesmente Boris Johnson.

    Rory Stewart destaca o objetivo de que o Reino Unido seja um país neutro em carbono até 2050. Já Michael Gove, atual ministro do Ambiente, destaca que é necessário “limpar o ar que está a infetar os pulmões dos nossos jovens” e tentar reduzir o consumo de plástico.

    “Esta é uma questão de confiança entre os adolescentes e nós que estamos aqui sentados, mais velhos”, aponta Jeremy Hunt, sublinhando também 2050 como data para a neutralidade em carbono. “2025, não?”, questiona a moderadora. Hunt foca-se em 2050. Javid reforça que “vai demorar tempo”, mas que esse é um objetivo que todos partilham.

    A jovem que fez a pergunta diz não se sentir impressionada com as respostas. “As alterações climáticas são um assunto de hoje, precisam de respostas rápidas”, lamentou.

  • Michael Gove ataca Trump... e Jeremy Corbyn

    “Toda a gente neste palco diz coisas simpáticas, mas no país continuam-se a dizer coisas que envergonham este país sobre os muçulmanos e também sobre os judeus”, diz Rory Stewart, depois de Jeremy Hunt ter recordado que é casado com uma muçulmana e Sajid Javid ter relembrado que é filho de imigrantes muçulmanos.

    “As coisas que Donald Trump disse não devem ser ditas por nenhum líder mundial”, lamenta Michael Gove. Mas de seguida acrescenta: “Mas há coisas que Jeremy Corbyn disse que também não podem ser ditas”, diz, referindo-se às acusações de anti-semitismo que ensombra o líder do Labour.

  • Boris Johnson pede desculpa por comentários sobre burqas e relembra que bisavô era muçulmano

    Agora a pergunta de um imã: “Concordam que as palavras têm consequências?” A moderadora aproveita para recordar que Boris Johnson comparou mulheres com burqas a marcos de correio.

    Boris aproveita para pedir desculpas pelos seus comentários. E acrescenta: “Quando o meu bisavô muçulmano chegou a este país, este país era um facho de conhecimento e de tolerância. Acho que ainda é assim que o nosso país se comporta. O meu bisavô estaria orgulhoso do contributo do seu neto para este país.”

    Depois Boris Johnson é confrontado com o caso de uma cidadã britânica no Irão, Nazanin Zaghari Ratcliffe, cuja sentença judicial foi afetada por Johnson ter dito que estava a dar aulas de jornalismo no país, o que não era verdade. “Eu sei que as palavras têm consequências, mas quando nos concentramos nisto esquecemos que quem tem responsabilidade verdadeira é a Guarda Revolucionária Iraniana, responsável pela sentença dela.”

  • Rory Stewart ao ataque: "A diferença entre mim e vocês é que eu não acho que se negocia estabelecendo linhas vermelhas e fazendo promessas que não se podem concretizar"

    “Sei que estou a ser muito impopular, mas não quero prometer coisas que não posso fazer”, diz Rory Stewart regressando ao tema impostos, quando questionado sobre os cortes nos serviços públicos por uma mulher de uma família de acolhimento. “Este debate está a ser irreal”, desabafa o candidato.

    “Eu dependi do apoio público toda a vida”, afirma Sajid Javid, para sublinhar a importância do serviço público. “A questão é: como financiá-lo? Bom, as descidas de impostos costumam levar a mais receita. E, no curto-prazo, podemos contrair mais dívida, pelo trabalho que temos feito nos últimos tempos.”

    Jeremy Hunt defende a necessidade de apoiar os serviços públicos na área da saúde mental e elogia o trabalho de Michael Gove como ministro da Educação no governo de David Cameron. Boris Johnson apoia a ideia de reforçar a saúde mental.

    Mas Rory Stewart volta a ocupar o centro das atenções: “Eu tentaria conseguir um acordo trans-partidário para financiar isto, as descidas de impostos não chegam. É preciso conversar com o Labour, não estabeleço linhas vermelhas. A diferença entre mim e vocês é que eu não acho que se negocia estabelecendo linhas vermelhas e fazendo promessas que não se podem concretizar.”

    “Qual é o teu plano, Rory? Não tens nenhum plano”, ataca Michael Gove.

  • Impostos, descer ou não descer? Sim para todos, exceto Rory Stewart

    “Eu costumava ser eleitor dos conservadores, mas agora sinto-me sem partido. Votei no Partido do Brexit. Qual é o vosso plano para aliviar o peso dos impostos sobre a classe trabalhadora?”, questiona um eleitor de Oxford, afastando-se do tema do Brexit.

    Mas eis que Sajid Javid refere o Brexit na sua resposta, dizendo que a saída ajudará a ter soberania para poder fazer reduções de impostos, sobretudo às classes trabalhadoras.

    “A vida é muito cara numa cidade como Oxford”, começa por dizer Jeremy Hunt. “Se tivéssemos uma taxa de crescimento como os EUA, poderíamos ter cortes nos impostos de 20%”, assegura. “Não podemos fazer apenas reduções aos impostos dos mais ricos.”

    Boris Johnson aproveita para recordar o seu trabalho como mayor de Londres e a redução de impostos na cidade durante o seu mandato e lança a reflexão: “Faz sentido que alguém como uma enfermeira esteja no escalão mais alto [de IRS]?”

    Michael Gove diz que é o candidato que “melhor percebe as classes baixas”, recordando os empregos dos seus pais, e promete abolir o IVA por ser “o imposto que mais afeta os mais pobres”.

    Rory Stewart vai contra a corrente: “Não acho que seja o momento certo para estar a reduzir impostos. Porque estou a olhar a longo-prazo e não a curto-prazo. Gastaria esse dinheiro nos nossos serviços públicos.”

  • Michael Gove e o backstop: "Os outros têm observações, eu tenho um plano"

    “O processo das Irlandas é muito mais do que comércio entre a fronteira”, lamenta-se Michael Gove. “Temos de garantir que as comunidades fronteiriças recebem o apoio de que necessitam e precisamos de reforçar o trabalho nos procedimentos alternativos” — outra expressão para o tal “unicórnio”, a tecnologia futura para controlar a fronteira sem a fechar que ainda não existe.

    “Os outros têm observações, eu tenho um plano”, termina, referindo-se à questão da fronteira entre as Irlandas.

  • Boris Johnson garante que UE aceitará um "período de aplicação" temporário porque "eles não querem saída desordenada"

    A terceira pergunta vem de Belfast e, previsivelmente, refere-se à questão da fronteira entre as Irlandas.

    “O problemático do backstop é a sugestão de que poderemos ficar presos numa união aduaneira e isso nunca será aprovado pelo Parlamento”, afirma Hunt. “Sair da UE é recuperar a nossa soberania.”

    Javid puxa dos galões como ministro do Interior para reforçar que não é possível “arriscar a segurança na fronteira da Irlanda”. “Nós temos feito trabalho nisto. É possível ter duas fronteiras abertas, só é preciso tempo para que essa tecnologia exista”, diz, referindo-se ao famoso “unicórnio” tecnológico para a fronteira. “Terá de haver um compromisso nesta matéria”, acrescenta, referindo-se à possibilidade de um backstop temporário.

    “Eu lembro-me de como era nos Troubles”, diz Boris Johnson, de forma solene. “Ninguém quer regressar a isso. Mas podemos resolver os problemas de como atravessar os bens por essa fronteira durante o período de aplicação do acordo, enquanto negociamos a relação futura”, resume. “Por que razão a UE aceitaria esse período de aplicação extra?”, questiona a moderadora. “Porque há o Partido do Brexit, porque eles terão as libras que pagaremos como incentivo extra e porque eles não querem uma saída desordenada”, afirma, com certezas.

  • “Ninguém me consegue dar uma resposta concreta sobre uma saída sem acordo!”, lamenta-se a mesma espectadora, que enumera a situação dos seus três filhos: um trabalha na City, outro está a estudar Veterinária e o terceiro vai entrar na Universidade.

    Rory Stewart atira-se para a frente e deixa uma garantia: “Se for o seu primeiro-ministro, não teremos um no deal“, promete. Os restantes respondem ao mesmo tempo, e no meio da confusão não é possível perceber o que dizem.

  • "Porque é que estão sequer a considerar uma saída sem acordo?"

    É esta a segunda pergunta de uma espectadora de Southampton, preocupada com a possível perda de emprego do marido.Michael Gove é o primeiro a responder. “Concordo que um no deal criaria turbulência económica. E claro que partes do nosso país irão sofrer. Mas temos de garantir que estamos preparados para o que der e vier e temos de garantir que colocamos a nossa democracia em primeiro lugar.”

    Rory Stewart, que se afirma contra uma saída sem acordo, pergunta aos colegas: “Como poderão vocês fazer isso sem o apoio do Parlamento?”, questiona, referindo-se às duas votações na Câmara dos Comuns contra um hard Brexit.

    Boris Johnson ignora a pergunta e dirige-se diretamente à espectadora. “É claro que não é o ideal, mas temos de estar preparados”, explica, enunciando as várias áreas onde a preparação pode ser reforçada. Também Javid diz que a preparação poderia ter sido melhor até agora: “Preparamo-nos para um no deal porque é a melhor forma de conseguir um acordo”, resume. “Está completamente certo!”, reforça Johnson.

    Jeremy Hunt, que tem defendido uma saída sem acordo, relembra que apesar de ser necessário estar preparado, esse não é um cenário que queira.

  • "Boris, tu conseguiste alcançar o teu sonho, que era chegar ao Número 10, mas destruíste o meu"

    “Boris, tu conseguiste alcançar o teu sonho, que era chegar ao Número 10, mas destruíste o meu.” É isto que um agricultor diria a Boris Johnson caso haja uma saída sem acordo a 31 de outubro, garante Jeremy Hunt.

    “É completamente necessário ter uma data-limite”, avisa Sajid Javid. “Isto pode ser alcançado”, promete, sem explicar exatamente como.

  • "Se chegarmos ao 31 de outubro e estivermos perto de conseguir um acordo, sairias?", pergunta Gove a Boris

    Rory Stewart sublinha o papel do Parlamento nesta matéria e diz ser o único daquele grupo que quer “segurar a chave” para conseguir o Brexit — ou seja, negociar com o Parlamento. Michael Gove responde, dizendo-lhe que está errado: “Este acordo já foi chumbado três vezes!”, relembra.

    “Eu e o Boris lutámos juntos na campanha pelo Sair, mas a minha preocupação é: se chegarmos ao 31 de outubro e estivermos perto de conseguir um acordo, sairias?”, pergunta ao favorito, que tem defendido uma saída nessa data, custe o que custar.

    “Se dissermos que essa data pode ser ultrapassada, tal como aconteceu em março, acho que os britânicos ficariam perplexos”, responde-lhe.

  • Brexit: sair a 31 de outubro ou não?

    “Um dos homens que aqui está irá tornar-se o nosso primeiro-ministro”, começa por dizer a moderadora, Emily Maitlis.

    De seguida entra o primeiro espectador que irá fazer a primeira pergunta e entra logo com o Brexit: Consegue garantir que irá aprovar o seu acordo antes de 31 de outubro?

    Boris Johnson toma a dianteira e começa logo por dizer que sim. “O povo britânico começa a estar farto, quer tenham votado para Sair ou Ficar”, afirma. “A não ser que saiamos a 31 de outubro, acho que começaremos a pagar um preço muito alto por isto”, acrescenta, antes de pedir maturidade aos políticos.

    Segue-se Jeremy Hunt. “Se chegarmos a 31 de outubro e não tivermos um acordo possível, sairia sem acordo. Mas se estivermos muito próximos de conseguir um, aguentaria mais um pouco”, explica, dizendo que é preciso evitar uma eleição que dê a vitória a Jeremy Corbyn, líder dos trabalhistas.

    Já Michael Gove garante partilhar da “frustração” dos colegas de painel e admite prolongar a data de saída para conseguir um acordo. “Porque comecei isto, quero consegui-lo”, diz, referindo-se ao seu papel na campanha pela saída. “Isto é como no futebol: a minha visão é que o mais importante é ganhar pela Grã-Bretanha.”

    Sajid Javid fala numa votação “histórica” para se referir ao referendo pela saída e diz que por isso é fulcral cumprir as “instruções” dadas pelos britânicos. “Até agora temos falhado. É fundamental que consigamos isto.” Javid sublinha que, tal como Boris Johnson, quer sair a 31 de outubro, aconteça o que acontecer.

    Por fim, Rory Stewart fala em “confiança”. “Não será possível negociar um novo acordo com a UE até 31 de outubro. Isso não é uma coisa que eu sinto, é algo que o próprio Nigel Farage diz. Se tentarmos fazê-lo, ficaremos presos dentro da UE nos próximos meses”, aponta. “Não quero gastar tempo a fingir que quero negociar um novo acordo.”

  • Boa noite!

    Começa às 20h em ponto, será transmitido pela BBC e é o único debate televisivo com os candidatos à liderança do Partido Conservador britânico onde participa o favorito — o eurocético Boris Johnson, que continua destacado nas sondagens (55% de apoio, nas mais recentes) e que tem liderado as rondas de votação que já ocorreram.

    A grande surpresa tem sido Rory Stewart: o quase desconhecido ministro do Desenvolvimento Internacional mantém-se firme na corrida, tendo ainda esta terça-feira reunido mais votos do que o ex-ministro para o Brexit (e apontado por muitos como uma jovem estrela do Partido), Dominic Raab, que ficou pelo caminho.

    Os restantes candidatos são três ministros de peso no executivo de Theresa May: Michael Gove, ministro do Ambiente e repetente na candidatura à liderança dos tories; Sajid Javid, ministro do Interior, e o segundo mais jovem na corrida (com 49 anos, apenas atrás dos 46 de Stewart); e Jeremy Hunt, ministro dos Negócios Estrangeiros e um dos conservadores que votou para ficar na União Europeia e que agora defende uma saída com acordo.

    Veremos que temas marcarão este debate sendo que, para já, uma coisa é certa: haverá muita discussão sobre o Brexit. O Observador estará a acompanhar o frente-a-frente ao minuto.

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