Tyler Ivanoff estava “apenas à procura de lenha” na costa do Alasca quando encontrou algo muito “maior”. Não em tamanho, já que o que descobriu foi apenas uma garrafa. Mas com uma história: tinha 50 anos e uma mensagem no interior.
Estava à procura de lenha. Deparei-me por acaso com a garrafa e vi que, lá dentro, havia um bilhete. Os meus filhos ficaram muito entusiasmados. Pensaram se seria uma mensagem de um pirata ou um mapa do tesouro”, relatou Ivanoff.
O homem abriu a garrafa e deparou-se com uma mensagem escrita em russo: “Percebi que era russo porque estudei a língua no liceu e na universidade”.
A mensagem estava bem preservada mas Tyler Ivanoff decidiu pedir ajuda nas redes sociais para a traduzir. E, uma vez que uma mensagem circula, hoje em dia, mais rapidamente na internet do que uma garrafa no mar, o post teve mil partilhas em apenas três dias. “Encontrei uma mensagem numa garrafa hoje. Algum amigo que traduz russo por aí?”, escreveu.
https://www.facebook.com/tylerivanoff/posts/2833035660051140
Finalmente, a história chegou à Rússia e várias pessoas traduziram o bilhete: remonta a 20 de junho de 1969, é uma saudação de um marinheiro russo da Guerra Fria e o autor escreveu uma morada para que quem encontrasse a garrafa pudesse responder.
Mas a história não ficou por aqui. Na verdade, estava apenas a começar. Os jornalistas do canal de televisão Russia 1 decidiram procurar o autor da mensagem. E sim, conseguiram encontrá-lo. Em 1969, esta mensagem foi escrita pelo capitão Anatoliy Prokofievich Botsanenko.
Os jornalistas visitaram o antigo marinheiro e mostraram-lhe o bilhete. O momento foi partilhado no site do canal. Ao início, Anatoliy teve dúvidas. Mas depressa reconheceu a própria letra.
Parece a minha letra. A sério… parece. Mas não tenho a certeza. Esperem… Claro! East industry fishing fleet! E-I-F-F! Sim! Eu sempre escrevi assim!”, exclamou o homem, em lágrimas.
Anatoliy Botsanenko explica que mandou a garrafa ao mar quando tinha 36 anos a partir do Sulak, um navio cuja construção o próprio supervisionou em 1966 — e nele navegou até 1970. O homem acrescenta ainda que, naquela altura, chegou a ser o mais jovem capitão no Pacífico.
Botsanenko também mostrou aos jornalistas lembranças do navio, incluindo um autógrafo da mulher de um famoso espião russo e garrafas de álcool do Japão. O capitão emocionou-se quando o jornalista lhe disse que o Sulak foi vendido para sucata nos anos 90.
Já Tyler Ivanoff, o responsável pelo “desenterrar” da história, afirma que a mensagem o inspirou a escrever cartas. “Se calhar é algo que possa fazer no futuro com os meus filhos. Enviar uma simples mensagem numa garrafa e ver onde vai parar”, diz.
Esta é a segunda notícia no espaço de um mês que uma mensagem enviada há 50 anos foi encontrada. A anterior tinha sido descoberta na Austrália.
Foi descoberto o autor da mensagem encontrada numa garrafa 50 anos depois