O músico espanhol Patxi Andión morreu esta quarta-feira, aos 72 anos, num acidente de viação em Soria, Espanha, confirmou a agência EFE.

Com repetidas atuações em palcos portugueses, Patxi Andión celebrou em 2019 os 50 anos de uma carreira iniciada com um single que incluía as canções “Canto” e “La Jacinta”, ao que se sucedeu o álbum “Retratos”, em 1969.

Patxi Andión estreou-se em Portugal nesse mesmo ano, no programa televisivo “Zip-Zip”, de Raul Solnado, José Fialho Gouveia e Carlos Cruz. A sua relação com o regime ditatorial de então não foi fácil, tendo sido expulso várias vezes pela PIDE, a polícia política do regime. O poeta José Carlos Ary dos Santos traduziu alguns dos seus poemas, que a cantora Tonicha gravou, ainda antes da Revolução dos Cravos.

O músico de ascendência basca deu o seu primeiro concerto em Portugal a 29 de março de 1974, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, a cerca de um mês da Revolução de 25 de Abril que levaria à queda do Estado Novo e poucos dias antes do I Encontro da Canção Portuguesa, da Casa da Imprensa, que desafiaria o regime com “Grândola, Vila Morena”. Segundo as crónicas jornalísticas da época, o coliseu esgotou para ouvir Patxi Andión.

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Em 2014, o músico gravou em Portugal o seu primeiro álbum gravado ao vivo, “Cuatro Días de Mayo”. Em dezembro de 2013, apresentou o álbum “Porvenir”, na Casa da Música e no Centro Cultural de Belém, em dois concertos esgotados. Nesse mesmo ano, fez parte do álbum “O Fado e a Alma Portuguesa”, editado no âmbito dos 125 anos do nascimento de Fernando Pessoa.

Em 2007, participou no álbum “Para além da saudade”, da fadista Ana Moura, produzido por Jorge Fernando.

Dez anos depois, Patxi Andión atuou em três palcos nacionais, numa homenagem a José Afonso, “Zeca no Coração”, que passou por Lisboa, Porto e Évora. “A minha relação com Portugal, a música e a língua portuguesas é de absoluto amor e uma paixão, que existe desde a década de 1960”, disse o músico na ocasião, numa entrevista à agência Lusa.